Após duas semanas de paralisação, a Câmara dos Deputados retoma nesta semana a análise do parecer referente à prisão preventiva do deputado federal Chiquinho Brazão (sem partido-RJ), acusado pela Polícia Federal como um dos mandantes do assassinato da vereadora Marielle Franco e de seu motorista Anderson Gomes, ocorrido em 2018.

O parlamentar está detido desde o dia 24 de março por determinação do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). O processo de avaliação da medida cautelar proposta por Moraes teve início no dia 26 na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara, mas foi interrompido no mesmo dia por um pedido de vista realizado por três deputados bolsonaristas dos partidos Novo, Progressistas e Republicanos.

O relatório apresentado pelo deputado Darci de Matos (PSD-SC) na CCJ foi favorável à manutenção da prisão de Chiquinho Brazão, que foi expulso da União Brasil na semana de sua detenção. Segundo o regimento interno, o pedido de vista suspende a análise da matéria por duas sessões de comissão, sendo retomada a discussão sobre a prisão de Brazão nesta quarta-feira (10).

O intervalo entre as sessões da CCJ foi prolongado devido ao feriado de Páscoa, ocorrido na mesma semana em que a medida cautelar chegou à Câmara, e ao término do prazo da janela partidária.

7 presos até o momento

Até o momento, sete pessoas foram presas sob a suspeita de envolvimento no crime:
• Ronnie Lessa, apontado como o autor dos disparos;
• Élcio de Queiroz, que confessou ter dirigido o carro usado na execução e delatou Ronnie Lessa;
• Edilson Barbosa dos Santos, o “Orelha”, apontado como o responsável por desmanchar o caso usado no dia do assassinato;
• Suel, acusado de ceder um carro para Lessa esconder as armas usadas no crime;
• Domingos Brazão, deputado federal pelo Rio de Janeiro;
• Chiquinho Brazão, conselheiro do Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro (TCE-RJ); e
• Rivaldo Barbosa, ex-chefe da Polícia Civil do Rio.