Após ser inundada pelas fortes chuvas que assolaram a cidade de Xapuri há quinze dias, a Casa de Chico Mendes, local de residência do líder ambientalista e símbolo da luta dos seringueiros, reabriu suas portas. O espaço, que abriga um acervo histórico precioso sobre a vida e o trabalho dos seringueiros no estado do Acre, está novamente acessível ao público de segunda a sexta-feira, das 8h às 12h e das 14h às 17h.

A proximidade da casa com o Rio Acre, a apenas 100 metros de distância, a colocou em risco iminente durante o período de enchentes. Uma ação conjunta entre o Corpo de Bombeiros, a Prefeitura Municipal de Xapuri e o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) foi fundamental para proteger o imóvel e seu acervo. Um plano de contingência foi rapidamente colocado em prática, com a remoção de objetos e mobiliário para um local seguro, no campus da Universidade Federal do Acre (Ufac).

O arquiteto Gabriel Mota, chefe da Divisão Técnica do Iphan-AC, enfatizou a importância da mobilização coletiva para proteger esse patrimônio histórico. “Assim que as águas começaram a subir, todos os entes envolvidos na proteção deste bem se mobilizaram para colocar em prática nosso plano de contingência”, destacou.

A Casa de Chico Mendes, tombada como Patrimônio Cultural Brasileiro desde 2007, é mais do que um espaço físico. É um símbolo da luta e resistência dos seringueiros e do próprio Chico Mendes, ambientalista e sindicalista assassinado em 1988 por sua defesa incansável da Amazônia e de seus habitantes.

Chico Mendes ganhou reconhecimento internacional por sua luta em prol da preservação ambiental e melhores condições de vida para os trabalhadores amazônicos. Sua casa, além de abrigar objetos e mobiliário históricos, possui uma arquitetura peculiar, típica da região amazônica, sendo um verdadeiro exemplo da arquitetura vernacular.

A Secretaria Municipal de Cultura e Turismo de Xapuri informa que não é necessário agendamento prévio para visitar a Casa de Chico Mendes, convidando moradores locais e turistas a conhecerem de perto esse importante pedaço da história acreana e brasileira.