Jair Bolsonaro é indiciado pela Polícia Federal por fraude em cartão de vacina
De acordo com as investigações, um grupo associado a Bolsonaro inseriu informações falsas de vacinação no sistema ConecteSUS para obter vantagens indevidas
A Polícia Federal indiciou o ex-presidente Jair Bolsonaro e outras 16 pessoas em uma investigação sobre o esquema de falsificação de vacinas contra a Covid-19. A operação, autorizada pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes em maio de 2023, foi parte do inquérito das milícias digitais.
De acordo com as investigações, um grupo associado a Bolsonaro inseriu informações falsas de vacinação no sistema ConecteSUS para obter vantagens indevidas. Esses dados foram posteriormente removidos do sistema. A fraude ocorreu pouco antes da viagem de Bolsonaro aos Estados Unidos, em dezembro de 2022, quando o país exigia comprovação de vacinação para estrangeiros.
Entre os indiciados estão o próprio Bolsonaro, o coronel do Exército Mauro César Barbosa Cid, Gabriela Santiago Cid (esposa de Mauro Cid), o deputado federal Gutemberg Reis de Oliveira, e outros envolvidos, incluindo militares e funcionários públicos.
Dados forjados
Segundo a PF, foram forjados dados de vacinação para pelo menos sete pessoas, incluindo Bolsonaro, sua filha de 12 anos, na época, e membros do círculo próximo do ex-presidente. Além disso, vacinas falsas da Pfizer foram inseridas nos registros de Bolsonaro e de dois militares que o assessoravam, Max Guilherme Machado de Moura e Sergio Rocha Cordeiro.
A fraude teria sido realizada por João Carlos de Sousa Brecha, então secretário de Governo de Duque de Caxias (RJ). O esquema envolveu também a inserção de uma dose da vacina Janssen supostamente aplicada em São Paulo no cartão de vacinação de Bolsonaro.
A defesa de Bolsonaro alega que, como chefe de Estado, ele não precisaria de comprovante de vacinação para entrar nos EUA. Entretanto, como ex-presidente, estaria sujeito às mesmas regras, inclusive para voos domésticos nos EUA.
Confira a relação completa dos indiciados:
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- Jair Messias Bolsonaro, ex-presidente da República;
- Mauro Barbosa Cid, coronel do Exército e ex-ajudante de ordens da Presidência da República;
- Gabriela Santiago Cid, esposa da Mauro Cid;
- Gutemberg Reis de Oliveira, deputado federal (MDB-RJ);
- Luis Marcos dos Reis, sargento do Exército que integrava a equipe de Mauro Cid;
- Farley Vinicius Alcântara, médico que teria emitido cartão falso de vacina para a família de Cid;
- Eduardo Crespo Alves, militar;
- Paulo Sérgio da Costa Ferreira
- Ailton Gonçalves Barros, ex-major do Exército;
- Marcelo Fernandes Holanda;
- Camila Paulino Alves Soares, enfermeira da prefeitura de Duque de Caxias;
- João Carlos de Sousa Brecha, então secretário de Governo de Duque de Caxias;
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- Marcelo Costa Câmara, assessor especial de Bolsonaro;
- Max Guilherme Machado de Moura, assessor e segurança de Bolsonaro;
- Sergio Rocha Cordeiro, assessor e segurança de Bolsonaro;
- Cláudia Helena Acosta Rodrigues da Silva, servidora de Duque de Caxias;
- Célia Serrano da Silva.
*Com informações do G1