Arrepios no tapete vermelho: A ascensão do terror no Oscar
Por fim, em 2018, o filme “Corra!”, de Jordan Peele, foi indicado nas principais categorias, sendo vencedor de Melhor Roteiro Original. Esta vitória histórica foi um marco significativo para a diversidade e representação na indústria cinematográfica
Por Noelle Pedroso
Você sabia que o primeiro filme de terror indicado ao Oscar foi “O Médico e o Monstro”, dirigido por Rouben Mamoulian, em 1931? Baseado no romance homônimo de Robert Louis Stevenson, publicado em 1885, o filme aborda os conflitos emocionais do protagonista, Dr. Jekyll, interpretado por Frederic March.
Dr. Jekyll é um médico excêntrico que acredita ser capaz de separar o lado bom e o lado ruim das pessoas. No entanto, durante uma de suas experiências, o lado sombrio prevalece, desencadeando uma série de péssimas consequências.
A atuação de March no papel principal lhe rendeu uma indicação ao Oscar de Melhor Ator. Considerando sua notável trajetória no cinema, desde os tempos do cinema mudo até a era do som, a Academia reconheceu seu talento com essa merecida estatueta.
No entanto, poucos filmes de terror foram reconhecidos dessa forma. O primeiro a receber tal honraria foi “O Exorcista”, dirigido por William Friedkin, em 1973. O filme conquistou 10 indicações, incluindo Melhor Direção, Melhor Atriz para Ellen Burstyn, Melhor Ator Coadjuvante para Jason Miller e Melhor Atriz Coadjuvante para Linda Blair, além de outras categorias técnicas. O filme levou para casa apenas os prêmios de Melhor Roteiro Adaptado e Melhor Mixagem de Som.
Em 1960, o filme “Psicose”, dirigido pelo renomado Alfred Hitchcock, recebeu quatro indicações ao Oscar, incluindo Melhor Direção, mas não saiu vitorioso em nenhuma categoria. Já em 1975, “Tubarão”, dirigido por Steven Spielberg, foi indicado a quatro Oscars, incluindo Melhor Direção e Melhor Filme. Apesar disso, o filme ganhou apenas nas categorias de Melhor Edição e Melhor Trilha Sonora Original, esta última permanecendo icônica até os dias de hoje.
Na cerimônia de premiação de 1991, “O Silêncio dos Inocentes”, dirigido por Jonathan Demme, conquistou cinco estatuetas do Oscar. Foi premiado como Melhor Filme e Melhor Direção, enquanto Anthony Hopkins recebeu o prêmio de Melhor Ator por sua interpretação memorável no papel de Hannibal Lecter. Além disso, o filme foi reconhecido com o prêmio de Melhor Roteiro Adaptado, e Jodie Foster venceu na categoria de Melhor Atriz por sua atuação excepcional.
Embora seja mais conhecido por seu suspense e reviravoltas surpreendentes do que por ser um filme de terror tradicional, “O Sexto Sentido”, dirigido por M. Night Shyamalan, recebeu seis indicações ao Oscar, incluindo Melhor Filme e Melhor Diretor. No entanto não ganhou nenhuma categoria principal, mas é lembrado por sua trama engenhosa e pela atuação de Haley Joel Osment.
Em 2011, o thriller psicológico dirigido por Darren Aronofsky e estrelado por Natalie Portman, “Cisne Negro”, conquistou cinco indicações ao Oscar. No entanto, foi a interpretação impressionante de Portman como Nina, uma bailarina lutando para personificar os papéis do Cisne Branco e do Cisne Negro em uma produção de “O Lago dos Cisnes”, que se destacou. Sua atuação foi elogiada como uma das melhores de sua carreira, culminando na merecida vitória como Melhor Atriz.
Por fim, em 2018, o filme “Corra!”, de Jordan Peele, foi indicado nas principais categorias, sendo vencedor de Melhor Roteiro Original. Esta vitória histórica foi um marco significativo para a diversidade e representação na indústria cinematográfica, destacando a importância de contar histórias autênticas e inclusivas.
O filme também foi aclamado pela crítica e pelo público por sua abordagem inteligente sobre questões sociais e raciais, usando o gênero de terror como uma lente para explorar temas como racismo, apropriação cultural e privilégio branco. Sua narrativa provocativa e reviravoltas surpreendentes cativaram o público e estabeleceram “Corra!” como um marco do cinema contemporâneo.
Texto produzido em cobertura colaborativa da Cine NINJA – Especial Oscar 2024