No centro de uma crise humanitária cada vez mais intensa na Faixa de Gaza, as mulheres continuam sendo as mais afetadas, revelou um comunicado do Ministério da Saúde Palestino nesta sexta-feira. Desde o início de outubro, mais de 9 mil mulheres perderam suas vidas, enquanto cerca de 60 mil mulheres grávidas enfrentam desnutrição, desidratação e uma grave falta de cuidados de saúde.

O comunicado destaca que aproximadamente 5.000 mulheres dão à luz mensalmente em condições extremamente adversas e insalubres. A Agência das Nações Unidas de Assistência aos Refugiados da Palestina no Próximo Oriente (UNRWA) corroborou essas informações, declarando que uma média de 63 mulheres perdem suas vidas a cada dia nos bombardeios israelenses.

Philippe Lazzarini, Comissário-Geral da UNRWA, enfatizou a urgência de apoiar e proteger as mulheres em Gaza, ressaltando que um cessar-fogo imediato é fundamental para aliviar a situação. Em resposta, a União Europeia anunciou planos para abrir um corredor de ajuda marítima de emergência de Chipre para Gaza, em colaboração com os Estados Unidos e outros aliados.

“A abertura deste corredor é uma medida crucial para fornecer assistência humanitária vital aos residentes de Gaza”, afirmou a presidente da UE, Ursula von der Leyen, em um comunicado à imprensa. O presidente dos EUA, Joe Biden, também revelou planos para estabelecer um porto temporário na costa de Gaza como parte deste esforço conjunto.

Vários países, incluindo Alemanha, Grécia, Itália, Países Baixos, República de Chipre, Emirados Árabes Unidos e Reino Unido, se unirão para lançar o corredor, sujeito a estritas coordenações com Israel.

Apesar desses esforços, a crise persiste. Sigrid Kaag, coordenadora sênior das Nações Unidas para Gaza, ressaltou a importância da entrega de ajuda por terra, destacando que é mais eficiente e acessível. “Quando tudo passa por uma ou duas travessias, você não pode esperar um milagre”, enfatizou.