Durante reunião do Conselho de Segurança da ONU, a autoridade sênior de auxílio humanitário da organização emitiu um alerta urgente: mais de meio milhão de pessoas na Faixa de Gaza estão à beira da fome, e correm o risco de morrer de desnutrição nos próximos dias. Ramesh Rajasingham, diretor-coordenador do Gabinete da ONU para a Coordenação de Assuntos Humanitários, afirmou que a fome generalizada pode se tornar “quase inevitável” se medidas imediatas não forem tomadas.

Segundo Rajasingham, aproximadamente 576 mil pessoas na Faixa de Gaza, o equivalente a um quarto da população, enfrentam uma crise alimentar iminente. Ele enfatizou que a continuidade das hostilidades de Israel e o risco de sua propagação para áreas densamente povoadas no sul de Gaza representam grandes obstáculos para a entrega eficaz de ajuda humanitária.

Ele reiterou o apelo da ONU por um cessar-fogo para permitir a prestação de assistência vital à população necessitada.

A cada seis crianças, uma sofre desnutrição aguda

O relatório de Rajasingham também revelou a gravidade da situação entre as crianças, com uma em cada seis crianças com menos de dois anos no norte de Gaza sofrendo de desnutrição aguda e definhamento. Com praticamente toda a população de 2,3 milhões de habitantes do enclave dependendo de um auxílio alimentar considerado “lamentavelmente inadequado”, a escala da crise humanitária é alarmante.

O vice-embaixador dos EUA na ONU, Robert Wood, pressionou por mais ações de Israel, instando o país a facilitar a abertura de mais passagens de fronteira para a entrega de auxílio humanitário e a melhorar os procedimentos de desconflitualização para garantir a segurança da movimentação da ajuda.

Ontem, a Anistia Internacional divulgou um levantamento afirmando que Israel “está claramente” impedindo entrada de ajuda humanitária em Gaza, e que o governo israelense está cometendo crimes de guerra.