O secretário de Estado dos Estados Unidos, Antony Blinken, enfatizou a parceria “muito importante” entre os EUA e o Brasil durante sua visita à Brasília, nesta quarta-feira (21). Após uma reunião de cerca de 1h50min com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Blinken expressou gratidão pelo tempo dedicado pelo chefe do Executivo brasileiro e destacou os esforços conjuntos em âmbitos bilateral, regional e global.

“Foi uma ótima reunião. Sou muito grato ao presidente pelo seu tempo”, afirmou Blinken aos jornalistas ao deixar o Palácio do Planalto. “Estamos trabalhando juntos bilateralmente, regionalmente, mundialmente. É uma parceria muito importante e somos gratos pela amizade”, acrescentou.

A visita de Blinken acontece em meio à realização da reunião de chanceleres do G20 no Rio de Janeiro, e acontece dias após a oposição brasileira acusar o Brasil de “estar isolado”, após Lula condenar o massacre de palestinos na faixa de Gaza, cometidos por Benjamin Netanyahu, primeiro-ministro de Israel. Os Estados Unidos é o principal aliado de Israel.

Lula afirmou que o encontro foi importante para avançar nos temas de proteção ao meio ambiente, transição energética e a ampliação dos laços de investimentos e cooperação sobre a paz. No último ano, os Estados Unidos decidiu enviar doações para o Fundo Amazônia, com o objetivo de aprimorar projetos e iniciativas de proteção da floresta.

Durante uma coletiva de imprensa na Etiópia, Lula fez uma comparação entre a situação dos palestinos em Gaza e o genocídio perpetrado por Adolf Hitler contra os judeus durante o regime nazista. As declarações foram imediatamente repudiadas pelo primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, como uma transgressão de uma “linha vermelha”, e Lula passou a ser “Persona non Grata” para o atual governo israelense.

Após sua passagem por Brasília, o chefe da diplomacia americana seguirá para o Rio de Janeiro, onde participará do encontro de ministros das Relações Exteriores do G20. A visita de Blinken destaca a importância das relações entre EUA e Brasil, mesmo em meio a desafios e divergências diplomáticas.

Ontem, durante uma sessão no Senado Federal, o presidente da casa, Rodrigo Pacheco, afirmou que Lula deveria se retratar da comparação do genocídio em andamento do povo palestino com o genocídio do povo judeu. Omar Aziz (PSD), que ficou conhecido por ser presidente da CPI da Covid-19, questionou a posição de Pacheco: “Me tipifique o que é 30 mil inocentes mortos”.

Israel está sendo duramente criticado pela comunidade internacional após anunciar uma invasão militar em Rafah. A cidade ao sul de Gaza é o último refúgio para mais de 1,5 milhões de palestinos. De acordo com a agência de notícias Reuters, os EUA trabalham para um plano de cessar-fogo temporário em Gaza, antes do Ramadã, que inicia em março. Os Estados Unidos permanecem vetando resoluções elaboradas por outros países para por fim ao conflito, e tem sofrido críticas de países como África do Sul e China.