O tenente-coronel Mauro Cid, recentemente liberado da prisão após firmar um acordo de delação premiada que envolve suspeitas de tentativa de golpe de estado relacionadas ao ex-presidente Jair Bolsonaro, teve seu pedido de revogação de medidas cautelares negado pelo ministro do STF, Alexandre de Moraes.

Cid buscava retornar ao trabalho no Exército, mesmo que em funções administrativas, e ser dispensado do uso de tornozeleira eletrônica, condições estabelecidas por Moraes quando concedeu a sua liberdade em 9 de setembro. No entanto, o ministro considerou prematuro conceder os benefícios, argumentando que as investigações da Polícia Federal ainda estão em andamento.

Desde sua liberação, Cid permanece em recolhimento domiciliar noturno, utilizando tornozeleira eletrônica. A recusa do retorno ao trabalho no Exército foi justificada, mas ele continua a receber seu salário, que, segundo o Portal da Transparência, foi de R$ 27 mil em julho, mesmo durante o período em que estava preso sob as seguintes acusações:

  • Fraude de cartão de vacina: Cid é investigado por ter inserido dados falsos no sistema do Ministério da Saúde para que integrantes da família do ex-presidente Jair Bolsonaro, incluindo sua filha mais nova, Laura, e familiares do próprio Cid, pudessem ser vacinados contra a Covid-19 sem terem se vacinado.
  • Esquema de venda de joias: Cid também é investigado por ter participado de um esquema de venda de joias recebidas por Bolsonaro em viagens ao exterior. As joias eram vendidas por valores bem abaixo do seu real valor de mercado.
  • Tentativa de golpe: Cid é suspeito de ter participado da articulação de um golpe de Estado para impedir a posse de Luiz Inácio Lula da Silva como presidente da República.