O Ministério Público Federal de Minas Gerais ampliou suas investigações sobre a invasão em massa de computadores e celulares pela Agência Brasileira de Inteligência (Abin) durante o governo Bolsonaro. Agora, a investigação vai incluir um segundo sistema de espionagem, suspeito de ser utilizado de forma ilegal.

De acordo com fontes, a ferramenta de invasão, por meio de um malware (software que causa danos), possibilitou o acesso irrestrito a todo o conteúdo de computadores brasileiros. Esta intrusão clandestina pode ocorrer de diversas maneiras, como o envio de e-mails contaminados, mensagens de texto maliciosas, o uso do WhatsApp em computadores, ou mesmo por meio de acesso físico, como a inserção de um pendrive na máquina alvo.

O mais alarmante é que as vítimas infectadas por esse malware não têm conhecimento da invasão. Imediatamente após a infecção, todo o conteúdo de seus computadores passa a ser acessado por espiões, gerando preocupações sérias quanto à privacidade e à segurança de informações sensíveis.

A investigação original sobre o sistema FirstMile, que envolve o rastreamento de indivíduos através da geolocalização de seus dispositivos móveis sem a devida autorização legal, tem gerado preocupações relacionadas à privacidade e aos direitos individuais dos cidadãos. Agora, com a expansão da investigação, o Ministério Público Federal busca esclarecer a natureza e a extensão do uso do segundo sistema de espionagem pela Abin, bem como determinar se ele foi empregado de forma ilegal.

Na última semana, dois servidores que tiveram acesso ao sistema ilegal foram presos, além de uma operação de busca e apreensão nos endereços do atual deputado Alexandre Ramagem (PL), ex-chefe da Abin durante o governo Bolsonaro.

*Com informações do G1