Por Isabella Rodrigues

Na última sexta (27) o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) manifestou sua oposição ao emprego das Forças Armadas nas comunidades do Rio de Janeiro, declarando que “não quer as Forças Armadas na favela brigando com bandido”. O presidente também anunciou que o governo federal não irá decretar a Garantia da Lei e da Ordem (GLO) no Rio de Janeiro. O GLO é um decreto que permite o envio pontual de membros das Forças Armadas para auxiliar na segurança dos estados.

O Governo Federal e o governo do Rio de Janeiro agendaram uma reunião para esta segunda-feira (30), a fim de discutir a crise na segurança pública. O presidente Lula convocou os ministros Flávio Dino (Justiça e Segurança Pública), José Múcio (Defesa) e o diretor-geral da Polícia Federal, Andrei Passos. A intenção foi criar um pacote de contribuição entre os estados e o governo federal para enfrentar o crime organizado sem recorrer à intervenção federal formal.

A reunião teve como principais pontos de discussão o início da ação federal, a distribuição das equipes e as funções de cada órgão no reforço à segurança pública. Ministros destacam que será o presidente Lula quem definirá as diretrizes para essa ação conjunta, com ênfase na transparência de que o pedido partiu do governador do Rio, Cláudio Castro (PL), e que o governo federal atuará como reforço, segundo informações do G1. A previsão é que essa reunião resulte em um pacote de medidas para fortalecer a segurança pública no Rio de Janeiro.

35 ônibus e um trem incendiados

Na última semana, a Zona Oeste do Rio de Janeiro foi palco de um dia de terror, desencadeado pela morte de um miliciano. Ao todo, 35 ônibus e um trem foram incendiados, sendo o maior ataque aos veículos da história do município, segundo o sindicato das empresas de ônibus. Os atos de violência foram uma represália à morte de Matheus da Silva Resende, sobrinho do chefe da milícia Luis Antônio da Silva Braga, conhecido como Zinho, que, desde 2021, lidera o principal grupo miliciano do Rio.