Incomunicável com o resto do mundo após Israel cortar a internet, Gaza chega o 22º dia sem ajuda humanitária suficiente pra atender mais de 20 mil palestinos feridos. A embaixada brasileira na Palestina informou que perdeu contato com os brasileiros que estão abrigados próximos à fronteira com o Egito. Eram 30 até a última contagem, enquanto os bombardeios do exército israelense se intensificam.

A Assembleia Geral das Nações Unidas (ONU) deliberou em favor de um cessar-fogo imediato de Israel. Liderado por Benjamimn Netanyahu, Israel declarou que não acatará a resolução da ONU. A Comissão de Direitos Humanos da ONU afirma que Israel comete crimes de guerra.

O presidente criticou o veto dos Estados Unidos à resolução do Brasil que pedia cessar-fogo e a abertura de um corredor humanitário na Faixa de Gaza. “A posição foi vetada por causa dessa loucura que é o direito de veto concedido aos cinco titulares do Conselho de Segurança da ONU. Sou totalmente contra, isso não é democrático”, afirmou Lula. “Alguém tem que falar em paz”.

Mais uma noite de bombardeios

Enquanto o mundo esperava por um alívio na escalada de violência após a decisão da de mais de 180 países na ONU, a Faixa de Gaza enfrentou mais uma noite de bombardeios devastadores do exército israelense, com relatos alarmantes de mais de 300 crianças palestinas mortas em um período de apenas 24 horas. Hospitais e clínicas médicas relataram um aumento drástico no número de vítimas e feridos.

A escalada da violência na região atingiu níveis inaceitáveis, com bairros inteiros reduzidos a escombros e milhares de palestinos deslocados de suas casas. A ONU estima que esse número seja de mais de 1 milhão.

As imagens de prédios desmoronando e pessoas em busca de abrigo têm chocado o mundo e levantado questionamentos sobre o impacto humanitário provocado por Israel. Cerca de 45% das residências de Gaza foram totalmente ou parcialmente destruídas;

As organizações de direitos humanos, como Médicos Sem Fronteiras, têm denunciado as condições cada vez mais precárias em Gaza, com escassez de alimentos, água potável e assistência médica. A falta de acesso a serviços essenciais coloca a vida de civis em risco e aprofunda a crise humanitária que já assolava a região antes do conflitos.

O número de jornalistas mortos enquanto cobriam o conflito também é uma fonte crescente de preocupação. Desde o início do conflito entre Israel e Hamas, ao menos 27 jornalistas foram mortos, estima a organização Repórteres Sem Fronteiras.

Desde o início do conflito, mais de 7.326 palestinos morreram, sendo 3.038 crianças e 1.726 mulheres, e mais de 18 mil ficaram feridos; do lado israelense, 1.405 israelenses morreram, sendo 305 soldados e 57 policiais, e há mais de 5.431 feridos.

O governo brasileiro resgatou mais de 1 mil brasileiros que estavam em Israel. Diante dos bombardeios, brasileiros que estavam na Faixa de Gaza ainda não conseguiram deixar o país.