Os olhos do mundo se voltaram para a sede da Organização das Nações Unidas (ONU) nesta quarta-feira, quando os Estados Unidos vetaram uma proposta de resolução apresentada pelo Brasil, que buscava abordar a crise em andamento na Faixa de Gaza, onde o conflito entre Israel e o grupo palestino Hamas tem deixado um rastro de destruição e sofrimento.

O texto apresentado pelo Brasil, que destacava a importância da cessação das hostilidades e da proteção aos civis, recebeu apoio de diversos países, incluindo França, Malta, Japão, Gana, Gabão, Suíça, Moçambique, Equador, China, Albânia e Emirados Árabes, além do próprio Brasil. No entanto, o processo sofreu uma reviravolta significativa quando a Rússia propôs uma emenda que incluía um pedido de cessar-fogo imediato.

Foi nesse momento que os Estados Unidos, um dos membros permanentes do Conselho de Segurança com poder de veto, decidiram intervir. A embaixadora dos Estados Unidos na ONU, Linda Thomas-Greenfield, argumentou que seu país estava “desapontado” com o texto, alegando que não mencionava o direito de autodefesa de Israel, uma questão crucial para a política externa dos Estados Unidos em relação ao conflito.

Com o veto dos Estados Unidos, a resolução brasileira foi bloqueada, causando frustração entre aqueles que esperavam um passo significativo em direção à resolução do conflito. O veto representou mais um entrave nas tentativas da comunidade internacional de promover a paz e a estabilidade na região e de pôr fim ao derramamento de sangue na Faixa de Gaza.

A votação do texto elaborado pelo Brasil já havia sido adiada duas vezes anteriormente, a primeira vez devido a mudanças no texto e a segunda devido a um trágico bombardeio a um hospital na Cidade de Gaza, que resultou na perda de quase 500 vidas. O impacto humanitário e as preocupações internacionais com a escalada da violência continuam a crescer, enquanto a diplomacia brasileira continua trabalhando por um cessar-fogo humanitário.