O veto total ao projeto foi assinado pelo governador Tarcísio de Freitas e publicado na edição no Diário Oficial de São Paulo

Foto: Isadora de Leão Moreira/ Governo do Estado de São Paulo

O governo de São Paulo decidiu vetar integralmente um projeto de lei que propunha a criação de um Calendário Estadual de vacinação contra o HPV (papilomavírus humano) nas escolas do estado. A proposta visava iniciar a imunização em março de cada ano. O HPV é responsável por mais de 100 tipos de vírus, sendo que 14 deles são cancerígenos, contribuindo para 70% dos casos de câncer do colo do útero globalmente. A vacinação, preferencialmente antes do início da vida sexual, é a principal forma de prevenir a infecção.

O veto ao projeto foi assinado pelo governador Tarcísio de Freitas e publicado no Diário Oficial de São Paulo. O governo estadual justificou que as ações propostas no projeto já estão sendo implementadas, seguindo as diretrizes do Plano Nacional de Imunizações (PNI) do Ministério da Saúde. Segundo o PNI, meninas entre 9 e 14 anos e meninos de 9 e 10 devem receber a vacina, sendo necessárias pelo menos duas doses para garantir a imunidade.

Entretanto, os números de cobertura vacinal no estado estão abaixo do ideal, com 78% de cobertura para a primeira dose entre meninas e menos de 60% para a segunda dose. Para os meninos, a cobertura para a primeira dose não chega a 60%, e a segunda dose está abaixo de 40%. O projeto vetado também abrangia campanhas de conscientização, diagnóstico e tratamento, além da vacinação, para combater o HPV, que causa cerca de 17 mil casos de câncer de colo de útero por ano no Brasil, resultando em aproximadamente 5 mil mortes anualmente.

A deputada estadual Marina Helou, uma das autoras do projeto, lamentou a decisão, afirmando que o governo perdeu a oportunidade de adotar uma política pública ampliada de combate ao HPV no estado.

*Com informações da Agência Brasil