Ex-ministro de Bolsonaro está em prisão domiciliar e é alvo de uma série de inquéritos

Anderson Torres ao lado de Jair Bolsonaro. Foto: Flickr/Planalto

Investigadores da Polícia Federal encontraram novos conteúdos golpistas no aparelho celular de Anderson Torres, ex-ministro da Justiça e Segurança Pública, conforme revelado pelo colunista Paulo Cappelli, do site Metrópoles. Uma minuta para um decreto de garantia da lei e da ordem, e com ordem de prisão para ministros do Tribunal Superior Eleitoral já haviam sido encontrados no celular do ex-ministro de Bolsonaro.

Uma das novas descobertas é uma imagem datada de 3 de dezembro do ano passado que sugere o enforcamento do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e seus apoiadores durante a cerimônia de posse presidencial. A imagem contém a frase: “Os corruptos comunistas que fraudaram as eleições subirão nesta rampa em Brasília construída pelo povo brasileiro”. A imagem faz referência a uma rampa que, ironicamente, leva a uma forca.

Outro conteúdo encontrado no celular de Torres é uma convocação para “concentração nos quartéis” com o objetivo de “exigir intervenção federal”. A mensagem, datada de 2 de novembro de 2022, logo após o segundo turno das eleições, pede aos brasileiros que se reúnam nos quartéis em todo o país em busca do cumprimento da intervenção federal. Esse termo também foi usado por familiares do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro, em conversas interceptadas.

Quatro dias após o segundo turno das eleições, foi identificado um vídeo convocando para manifestações contra o presidente Lula, e uma captura de tela alegando que urnas eletrônicas haviam sido “descartadas ilegalmente” em Porto Alegre.

Além disso, o celular de Anderson Torres continha críticas ao Supremo Tribunal Federal (STF), com foco especial no ministro Alexandre de Moraes.

Outro documento chamado “Aonde quer chegar o STF?”, assinado pela Comissão Interclubes Militares em 23 de abril de 2022, também foi encontrado no celular do ex-ministro, com teor golpista.

Anderson Torres está em prisão domiciliar e é alvo de uma série de inquéritos que investiga sua atuação em meio às denúncias de desvio de joias do acervo nacional pela família Bolsonaro, além de omissão durante a invasão das sedes dos três poderes, no dia 8 de janeiro