Foto: Geraldo Magela/Agência Senado

Na próxima terça, 12 de setembro, a Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) deve ouvir Marília Ferreira de Alencar, ex-diretora de Inteligência do Ministério da Justiça no governo de Jair Bolsonaro. Alencar está sendo apontada pela Polícia Federal como a responsável por entregar um mapa de votação do primeiro turno das eleições de 2022 ao então ministro Anderson Torres.

O mapeamento foi solicitado por Anderson Torres, ex-ministro da Justiça de Bolsonaro, e serviu para a Polícia Rodoviária Federal (PRF) estruturar bloqueios no Nordeste para veículos de eleitores que se deslocavam para o segundo turno.

Na quinta-feira, 14, acontece o depoimento do general Gustavo Henrique Dutra de Menezes, ex-comandante do Comando Militar do Planalto. Ele estava à frente desse órgão durante os ataques terroristas à Praça dos Três Poderes, ocorridos em Brasília no dia 8 de janeiro. Essa audiência promete trazer luz aos eventos e às circunstâncias que envolveram esses atos de violência na capital federal.

Há fortes condições para indiciar Bolsonaro

Após o depoimento do hacker Walter Delgatti Neto, no qual afirma ter recebido oferta de Jair Bolsonaro para invadir urnas eletrônicas, e que seria blindado juridicamente, a relatora da CPMI afirmou que há fortes argumentos para o indiciamento de Bolsonaro.

“Não há dúvida nenhuma que é um depoimento bombástico, pela gravidade das informações que foram passadas pelo depoente. Os elementos apresentados nos dão fortes condições de, ao final (da CPMI), termos o indiciamento do ex-presidente Bolsonaro. Com esses dados que chegarão até nós, sendo confirmadas as informações de hoje, não há dúvida nenhuma de que partiremos para esses indiciamentos”, disse a senadora Eliziane Gama, relatora da CPMI.

A comissão deve ser prorrogada até dezembro deste ano.