A campanha “Mar de Luta” reuniu membros em Brasília, onde realizaram um protesto em frente ao Palácio do Planalto na terça-feira (29)

Foto: Henrique Cavalheiro

Quatro anos após o desastroso derramamento de óleo que impactou vastas extensões de praias ao longo de nove estados nordestinos, Espírito Santo e Rio de Janeiro, os pescadores da região continuam a lutar por compensações pelos danos sofridos.

A campanha “Mar de Luta” reuniu membros em Brasília, onde realizaram um protesto em frente ao Palácio do Planalto na terça-feira (29). Os pescadores alegam que os efeitos prejudiciais persistem tanto em suas atividades produtivas quanto na saúde da população local.

Para a Agência Brasil, a pescadora artesanal Joana Mousinho, da Articulação Nacional das Pescadoras, relata que os impactos do derramamento ainda são sentidos de forma intensa na economia e na saúde da comunidade. Ela destaca que a ausência de apoio efetivo por parte do governo deixou os pescadores sem suporte adequado.

A presença recorrente de petróleo nas praias, a diminuição de espécies de peixes e crustáceos, bem como problemas de saúde entre aqueles que tiveram contato direto com o óleo, são algumas das preocupações expressadas pelos pescadores.

As demandas dos pescadores incluem a recuperação das praias, o fim das atividades de perfuração de petróleo, medidas para garantir a saúde da população afetada e um ambiente propício para o trabalho. Durante o período entre agosto de 2019 e março de 2020, mais de mil áreas e 11 estados costeiros foram atingidos pelas manchas de óleo.

A investigação da Polícia Federal, concluída em dezembro de 2021, identificou a origem do derramamento como sendo de um navio petroleiro grego. Com aproximadamente 500 mil pescadores artesanais afetados, a campanha “Mar de Luta” busca ações concretas, incluindo pesquisas sobre os impactos socioeconômicos e o monitoramento rigoroso das áreas afetadas.