A prorrogação foi necessária devido ao envolvimento de Hang em um conjunto de mensagens com outros empresários sobre um golpe de Estado

Foto: Leopoldo Silva/Agência Senado

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), anunciou na segunda-feira (21) que vai manter um inquérito aberto em 2022, que envolve o empresário Luciano Hang, proprietário das lojas Havan. A prorrogação foi necessária devido ao envolvimento de Hang em um conjunto de mensagens com outros empresários sobre um golpe de Estado para manter Jair Bolsonaro (PL) na presidência.

O ministro afirmou que a Polícia Federal (PF) requisitou o prolongamento do prazo de investigação por não ter conseguido acessar as senhas do celular do empresário.

A decisão de Moraes amplia o período de investigação em 60 dias, abrangendo tanto Hang quanto Meyer Nigri, dono da Tecnisa, que recebeu de Bolsonaro direcionamento para disparo de notícias falsas sobre as urnas. Ambos são os únicos indivíduos ainda sob investigação por sua alegada associação ao grupo “WhatsApp Empresários & Política”, onde teriam ocorrido diálogos de cunho possivelmente golpista.

Por outro lado, a PF encerrou a investigação em relação a outros seis empresários: Afrânio Barreira Filho, José Isaac Peres, José Khoury Junior, Ivan Wrobel, Marco Aurélio Raymundo e Luiz André Tissot. Segundo a PF, não foram identificadas atividades antagônicas à democracia por parte desses indivíduos, além de sua participação no grupo mencionado.

Enquanto a PF continua a análise das transações financeiras de Luciano Hang e busca acesso ao conteúdo de seu celular, a decisão de Moraes enfatiza que o empresário recusou-se a compartilhar suas senhas com os investigadores.

Meyer Nigri, por sua vez, é associado ao recebimento de informações falsas relacionadas às urnas eletrônicas. Segundo a PF, um contato identificado como “Pr Bolsonaro 8” enviou um vídeo e mensagem atacando o processo eleitoral, e esse número de telefone estaria vinculado ao ex-presidente Jair Bolsonaro.