Evangélicos, que majoritariamente apoiaram Bolsonaro, também registraram queda na confiança nas Forças Armadas, de 53% para 37% em oito meses

Foto: Marcos Corrêa/PR

A confiança dos cidadãos brasileiros nas Forças Armadas apresentou um declínio desde o final do ano passado, segundo uma pesquisa da  Genial/Quaest. Entre dezembro e agosto, o percentual daqueles que afirmam “confiar muito” nas Forças Armadas passou de 43% para 33%, enquanto a porcentagem dos que expressam “confiar pouco” ou “não confiar” na instituição subiu de 54% para 64%.

Entre dezembro e agosto, o percentual daqueles que “confiam muito” nas Forças Armadas caiu de 43% para 33%.

Ao mesmo tempo, a porcentagem dos que expressam “confiar pouco” ou “não confiar” na instituição aumentou de 54% para 64% no mesmo período.

O enfraquecimento da confiança nas Forças Armadas foi influenciado pela aproximação de tramas golpistas após as eleições, quando o Ministério da Defesa declarou não ter encontrado evidências de fraude nas urnas eletrônicas, embora não as descartasse.

A confiança nas Forças Armadas caiu de forma mais acentuada entre os eleitores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) no segundo turno das eleições, passando de 61% para 40% para os que “confiam muito”, enquanto os que “não confiam” aumentaram de 7% para 20%.

A mobilização de apoiadores de Bolsonaro em frente aos quartéis do Exército após sua derrota eleitoral, culminando na invasão das sedes dos Três Poderes, contribuiu para o enfraquecimento da imagem das Forças Armadas.

Evangélicos, que majoritariamente apoiaram Bolsonaro, também registraram uma queda na confiança nas Forças Armadas, de 53% para 37% em oito meses.

Regiões onde Bolsonaro teve mais votos no segundo turno, como Norte e Centro-Oeste, viram uma redução na confiança nas Forças Armadas, de 46% para 32%.

Felipe Nunes, diretor da Quaest, observa que essa mudança na avaliação dos bolsonaristas sugere uma “frustração” e uma quebra de expectativas. Escândalos contínuos envolvendo altos membros das Forças Armadas também podem ter contribuído para o declínio na confiança.

A pesquisa foi realizada entre 10 e 14 de agosto, com 2.029 entrevistas presenciais em 120 municípios, e possui uma margem de erro estimada em 2,2 pontos percentuais para mais ou para menos, com um nível de confiança de 95%.