O encontro, um café da manhã, teve duração de cerca de três horas e se concentrou na discussão das urnas eletrônicas

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No depoimento à Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) dos Atos Golpistas, o hacker Walter Delgatti Neto revelou que Jair Bolsonaro (PL) ofereceu um “indulto presidencial” durante o primeiro encontro no Palácio da Alvorada, em troca da tentativa de invadir as urnas eletrônicas e expor supostas vulnerabilidades no sistema de votação.  Para a comissão, Delgatti destacou que Bolsonaro afirmou que isso garantiria a integridade das eleições e que a oferta foi feita logo no início do encontro.

O encontro, um café da manhã, teve duração de cerca de três horas e se concentrou na discussão das urnas eletrônicas. No entanto, Bolsonaro admitiu não compreender os detalhes técnicos e encaminhou Delgatti ao Ministério da Defesa para tratar dessa questão. Delgatti foi acompanhado por Marcelo Campos até o Ministério da Defesa e visitou o local diversas vezes para discutir a suposta vulnerabilidade das urnas.

Dentro do Ministério da Defesa, Delgatti teve reuniões com o então ministro, o general do Exército Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira, e colaborou com técnicos do ministério para produzir um relatório sobre as supostas fragilidades no sistema de votação. Esse relatório foi posteriormente enviado por militares ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE), de acordo com o testemunho de Delgatti perante a CPMI.

A senadora Eliziane Gama, relatora da investigação parlamentar, afirmou que possui elementos para pedir indiciamento de Jair Bolsonaro neste processo.

O depoimento acontece no momento em que Bolsonaro tem que responder sobre acusações de desvio de joias que deveriam ser do Estado brasileiro. O ex-presidente, agora inelegível por desacreditar o sistema eleitoral e realizar ataque contra as urnas, teve seu sigilo fiscal e bancário quebrados.