A PF também investiga o registro de um arsenal de armas pertencente a Wassef, no Exército

Foto: Pedro França/Agência Brasil

Na noite de quarta-feira (16), o advogado Frederick Wassef, conhecido por sua relação com o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), foi alvo de uma busca pessoal conduzida pela Justiça. Wassef admitiu ter desembolsado quase US$ 50 mil para readquirir um relógio de luxo que havia sido vendido de maneira irregular por assessores de Bolsonaro.

Segundo relatos de testemunhas, agentes da Polícia Federal (PF) localizaram Wassef em uma churrascaria dentro de um shopping na Zona Sul de São Paulo, onde seu celular foi apreendido. Durante a operação, ele cooperou e não demonstrou resistência. Além do celular, seu veículo também foi revistado.

No último dia 11, quando a PF deflagrou uma operação relacionada à venda e recompra irregular de joias destinadas ao governo brasileiro, Wassef não foi encontrado, o que culminou na busca pessoal autorizada. A PF também investiga o registro de um arsenal de armas pertencente a Wassef, no Exército. As armas, incluindo um fuzil, devem estar vinculadas a um endereço específico, mas os agentes não encontraram nada quando visitaram um dos endereços ligados a ele durante a operação na sexta-feira passada.

O relógio de luxo em questão, foi originalmente um presente de autoridades sauditas ao ex-presidente Bolsonaro durante uma viagem oficial em 2019. O item foi levado para os Estados Unidos, onde foi ilegalmente vendido por um ex-auxiliar de ordens de Bolsonaro, Mauro Cid, de acordo com informações da PF.

O Tribunal de Contas da União (TCU) havia solicitado que Bolsonaro entregasse um conjunto de joias suíças da marca Chopard, feitas de ouro branco, presenteadas pelo governo saudita em 2019. Essa joia foi posteriormente devolvida. Desde então, Wassef esteve envolvido em diversas interações com Mauro Cid, e em março deste ano, viajou aos Estados Unidos para buscar o relógio, conforme indicado pelas investigações.