Natural de Belo Horizonte, do Bairro Casa Branca, Malu Dimas, recém-formada em teatro pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), conquistou seu primeiro papel na televisão aberta na novela “Amor Perfeito”.

Na trama, que se passa em Minas Gerais, a atriz interpreta a ambiciosa Adélia e ficou muito surpresa por ter conseguido o papel em seu primeiro teste para a televisão.

Depois de trabalhar como panfleteira, professora e até animadora de festa, ela garante que todo o esforço foi necessário para ela chegar onde está.

“Minha avó Raimunda foi líder comunitária do bairro, então toda minha família está muito ligada às causas sociais e me ensinaram, a partir de suas ações, que eu só conseguiria crescimento na minha vida tendo fé, batalhando muito, lutando por melhorias e sempre me lembrando de onde vim, isso é a base”, pondera.

Ela conta sobre a importância de seu papel na novela, enquanto representante de uma personagem que foge dos padrões tradicionais impostos às mulheres negras dentro da dramaturgia.

Foto: reprodução

“A Adélia tem muitas camadas, isso é importante de ser frisado, porque a história da teledramaturgia tende a ‘chapar’ muito as personagens negras, fazendo com que elas só sejam colocadas em lugares de subserviência e servindo de ponte para as histórias dos protagonistas” , avalia.

Fugindo do que normalmente é visto, Malu está em uma novela que conta com um elenco formado por mais de 50% de atores e atrizes negras(os), o que dá a esse público a importância de ocupar estes espaços, como referências a outras pessoas .

“É uma grande responsabilidade ocupar esse lugar”, afirma. “Recebo muitos retornos de mulheres que se inspiram na minha história, que assumem seus crespos e se identificam com a Adélia, e isso é muito gratificante. Espero que eu possa ser referência para que outras pessoas como eu possam sonhar alto. A gente só precisa de uma oportunidade para mostrar nosso talento e, agora que as portas estão se abrindo, prevejo essas telas ganhando muito mais cor e diversidade em todos os âmbitos. A gente veio pra ficar!”