O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central comunicou, nesta quarta-feira (2), a decisão de reduzir a taxa Selic de 13,75% para 13,25% ao ano. Essa é a primeira vez em três anos que a taxa básica de juros sofre um corte. A última queda ocorreu em agosto de 2020, durante o auge da pandemia de Covid-19, quando a Selic foi reduzida de 2,5% para 2% ao ano. A decisão do Copom não foi unânime, com cinco diretores votando a favor do corte de 0,5 ponto percentual, enquanto outros quatro foram a favor de uma redução de 0,25.

Após o corte, a taxa básica de juros, o Brasil ocupa o segundo lugar no ranking de países com a maior taxa de juros reais, levando em conta a inflação. A taxa é de 6,9%. O México aparece em primeiro lugar na lista, com taxa de juros reais de 7,4%.

Disputa de visões econômicas no Copom

A decisão do Copom acontece em meio a divergências de visões econômicas dentro do comitê. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e membros do governo federal têm criticado persistentemente o atual patamar da Selic, argumentando que a taxa tem sido um entrave para o crescimento econômico. Por outro lado, o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, defende a manutenção da taxa como medida necessária para conter a inflação. Os argumentos de Campos Neto são criticados por empresários e investidores.

Meta de inflação e futuras reuniões do Copom

Para 2023, a meta de inflação foi estabelecida em 3,25%, considerada cumprida formalmente se oscilar entre 1,75% e 4,75%. O próximo ano tem uma meta de inflação de 3%, sendo considerada cumprida se oscilar entre 1,5% e 4,5%. O Copom ainda terá outras três reuniões neste ano, nos dias 19 e 20 de setembro, 31 de outubro e 1º de novembro, e 12 e 13 de dezembro, para definir os patamares da taxa Selic nessas ocasiões.

Perfil dos votos dos diretores do Copom

A decisão do Copom foi resultado de diferentes posições entre os diretores. Cinco votaram a favor do corte de 0,5 ponto percentual, incluindo o presidente Roberto Campos Neto. Por outro lado, quatro diretores se manifestaram por uma redução de 0,25. Essa foi a primeira reunião do comitê com a nova formatação, após o Senado aprovar as indicações de Gabriel Galípolo e Ailton Aquino para a diretoria do Banco Central. Ambos foram indicados por Lula.

Tópicos importantes:

  • Primeiro corte da taxa Selic em três anos, de 13,75% para 13,25% ao ano.
  • Divergências de visões econômicas no Copom, com críticas de Lula ao atual patamar da Selic.
  • Meta de inflação de 3,25% para 2023 e de 3% para 2024, com oscilações permitidas. Cinco diretores votaram a favor do corte de 0,5 ponto percentual, quatro diretores apoiaram a redução de 0,25.