O Planeta Terra ferve: Julho de 2023 é mês mais quente da história
Os fenômenos climáticos estão cada vez mais extremos e aleatórios. A tendência é isso se intensificar daqui pra frente de forma exponencial, esse ano é um recorde de toda a história do planeta conhecida pela humanidade. A Terra nunca esteve tão quente em um único mês, desde 1940, como em Julho de 2023, de acordo […]
Os fenômenos climáticos estão cada vez mais extremos e aleatórios. A tendência é isso se intensificar daqui pra frente de forma exponencial, esse ano é um recorde de toda a história do planeta conhecida pela humanidade.
A Terra nunca esteve tão quente em um único mês, desde 1940, como em Julho de 2023, de acordo com ONU e União Europeia. Segundo informações divulgadas nesta quinta-feira , a temperatura média global bate recordes desde a entrada do mês, e 3 de julho é o dia mais quente desde que a ONU passou a registrar as médias globais: o termômetro da terra bateu 17.08 Cº.
Além disso, todos os dias desde 3 de julho foram os mais quentes do que o recorde anterior, de 16,80°C de 13 de agosto de 2016. Os dados são do Serviço de Mudanças Climáticas Copernicus, da UE, e da Organização Meteorológica Mundial.
Na explicação que acompanha o anúncio da ONU, o cientista Carlo Buontempo avalia que o aquecimento em julho segue uma tendência de aumento da temperatura global. Emissão de Gases do Efeito Estufa, ele diz, também estão por trás deste mês que deve entrar para história.
”O clima extremo que afetou muitos milhões de pessoas em julho é, infelizmente, a dura realidade das mudanças climáticas e uma amostra do futuro”, afirma Buontempo.
Extremo como as temperaturas de julho, também são os eventos climáticos cada vez mais fortes, e sobretudo incertos, como o fenômeno do El niño. Iniciado no mês passado, o El Niño é caracterizado por temperaturas anormais das águas superficiais, no leste do Oceano Pacífico Equatorial, próximo às costas do Peru, Equador e Colômbia.
Entretanto, o El Niño de 2023 apresenta características singulares e nunca vista antes: isso porque, em paralelo, estamos enfrentando um forte aquecimento dos oceanos em outras regiões do mundo.
Alerta nos Estados Unidos: Temperaturas extremas atingem 100 milhões
Nesta quinta-feira, o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, anunciou medidas para amenizar os efeitos severos das temperaturas extremas que 100 milhões de americanos estão expostos. De acordo com informações do governo de Nova York, os termômetros vão bater temperatura recorde no dia 30 de julho, superando o calor dos anos de 1980.
Em outro trecho dessa entrevista que vocês acabaram de ver, Biden diz que que o calor extremo é a principal causa de mortes relacionadas ao clima nos Estados Unidos:
O conjunto de medidas anunciadas pelo presidente americano incluem a transferência de US$ 1 bilhão (£ 781 milhões) em doações para ajudar cidades e vilas a plantar árvores, o que pode ajudar a reduzir significativamente as temperaturas nas áreas urbanas.
Ciclones extratropicais no Brasil, secas na Amazônia, Grécia e Canadá
No lastro do desequilíbrio climático visto em julho, as mudanças também se manifestam em queimadas no Canadá, onde foram registrados 650 focos de incêndio em julho, segundo a agência do clima local, Canadian Interagency Forest Fire Centre.
https://twitter.com/KellyrKopp/status/1666509504848994311?t=ZWvOMLL_LcmoIKzrsZfjTg&s=08
De dimensões continentais, o Brasil é atingido pelo El Niño por diferentes e simultâneos eventos climáticos. Na Amazônia, cientistas alertam para possível “hecatombe ambiental“, como prevê a bióloga e pesquisadora de Oxford Erika Berenguer, em entrevista para a BBC de Londres.
O pesquisador do Instituto de Estudos Avançados da Universidade de São Paulo (USP) Carlos Nobre fez o alerta no início de julho:
“Isso (o desmatamento) só começou a cair principalmente a partir de abril deste ano. Se esse El Niño for realmente forte, o que há grande probabilidade, é uma grande preocupação porque vai aumentar o número de incêndios e destruir ainda mais a floresta, acelerando o processo de degradação”, afirmou.
Já no Rio Grande do Sul, ciclones extratropicais deixaram 1.538 desabrigados e 13.824 desalojados em 18 municípios, durante a primeira metade de junho, segundo a Defesa Civil Estadual. Ao menos 16 pessoas morreram.
https://twitter.com/paulopaim/status/1669715782933139463
https://twitter.com/maicon_bock/status/1669484439548698629
https://twitter.com/girodegravatai/status/1669731382304669696
Previsões e medidas necessárias
Se as previsões de 2022 feitas no Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (o IPCC) não estiverem no agenda da humanidade, podemos esperar fins “catastróficos”. É agora ou nunca!
Esse foi o relatório mais preciso, frutos de dezenas de anos de estudos e concluiu que: as emissões globais devem atingir o pico em 2025 e cair pela metade até 2030 para limitar o aquecimento a 1,5° C. Os ponteiros não param e o IPCC nos põe diante de um caminho para “um mundo inabitável”.