Por Julhia Marqueti

Desde a Copa do Mundo Feminina de 2019, sabíamos que a próxima viria para mudar de vez a chave: seja na cabeça dos torcedores ou na visão das marcas em relação ao futebol feminino.

A belíssima estreia do Brasil no Mundial, com a vitória de 4 a 0 contra o Panamá, os valores dos patrocínios referentes a Copa do Mundo deste ano e o número de torcedores empolgados com a seleção feminina, mostram que a modalidade está no caminho certo.

Longe de estar supervalorizado, como é o caso do futebol masculino, cada passo deve ser comemorado quando se trata do futebol feminino e, em 2023, temos muitos motivos para comemorar.

Também é importante destacar as marcas que se encontram com a Seleção Feminina desde antes do momento atual, que costumamos chamar de “Época de Ouro” da modalidade.

Algumas empresas como Cimed, Mastercard, Nike, Guaraná Antárctica e Rappi entraram em campo novamente com as meninas do Brasil. E, além do valor investido, muitas campanhas puderam ser vistas antes mesmo da bola rolar, como propagandas em rede nacional e também na internet para incentivar os torcedores.

Temos como exemplo a hashtag #AcordaPraElas, desenvolvida e colocada em ação pelo Guaraná Antártica. Já a Nike, promoveu a união entre a seleção feminina e a masculina e também a melhoria dos uniformes para as mulheres, entregando um material com forro ultra fino e absorvente, que aumenta a proteção em caso de menstruação.

Enquanto a Cimed, por sua vez, está investindo cerca de R$ 40 milhões em todo o ciclo de quatro anos da Copa e, além do patrocínio à seleção, oferece apoio ao projeto Meninas Em Campo, que ajuda no desenvolvimento de meninas de 9 a 17 anos por meio do futebol.

Quando comparamos com a Copa de 2019, nota-se o envolvimento maior por parte das marcas e das torcidas. Porém, ainda fica longe de ter o reconhecimento que realmente merece.

Foto: Thais Magalhães / CBF

De acordo com o professor de Economia, do Ibmec-RJ, Gilberto Braga, em entrevista dada ao Jornal Extra, as marcas estão aproveitando o momento para divulgar o futebol feminino e para praticar a inclusão feminina. Além disso, as empresas que abraçam a modalidade querem mostrar que fazem parte da “revolução” e que possuem um posicionamento avançado.

“O futebol feminino nunca esteve tão prestigiado, com tanto espaço de mídia e despertando tanta atenção do público brasileiro. Mas ainda está anos aquém do futebol masculino, em estruturação de marca e reconhecimento”, destaca.

A presença do incentivo para a inclusão do Futebol Feminino não está presente apenas nos dias dos jogos, mas como nas redes sociais e também pelos muros de grandes cidades, como é o caso do projeto desenvolvido pela Rappi. Na oportunidade, mulheres grafiteiras pintaram uma história em quadrinhos sobre momentos históricos das mulheres em campo.

FIFA promove nova estruturação de marketing neste ano

O bom momento também é visto a partir da previsão que a FIFA tem de arrecadação recorde durante o mundial. Aliás, antes mesmo da Copa começar, todas as cotas de patrocínio já haviam sido esgotadas.

Em termos de valores, a Fifa prevê uma arrecadação recorde para anos de Copa do Mundo Feminina. Enquanto o faturamento de 2019 foi de US$165 milhões, o orçamento de 2023 da entidade aponta US$227 milhões em receitas de marketing.

Em 2023, a instituição ofereceu uma nova estrutura comercial dividida em três pilares: futebol masculino, futebol feminino e esports. Ou seja, as empresas poderiam escolher entre qual deles investir e, pela primeira vez, algumas marcas firmaram parcerias apenas para o Futebol Feminino.

Além da estrutura comercial, há também as modalidades dos patrocinadores que são divididos em quatro, sendo:

  • Parceiros Fifa: com alto-nível de associação: Adidas, Coca-Cola, Wanda, Qatar Airways e Hyundai/Kia Motors.
  • Parceiros do Futebol Feminino da Fifa: empresas que possuem direito a ativação global – Visa e Xero.
  • Patrocinadores oficiais: Budweiser, McDonald’s, Unilever, Mengniu Dairy, Globant, Booking.com, Calm, Keter Group e Hublot.
  • Apoiadores regionais: direitos de ativação em territórios específicos: BMO, CommBank, Jacob’s Creek, Inter Rapidísimo, Cisco, Team Global Express, Frito-Lay, TAB, Optus, Yade, Geico, Itaú, EstrelaBet e Claro.

Com informações do jornal Extra e Lance

Texto produzido em cobertura colaborativa da NINJA Esporte Clube