Por Grace Ketly Barbosa e Laura Dozza Reis

Enquanto a seleção feminina de futebol continua a conquistar corações e romper barreiras em mais uma Copa do Mundo FIFA, há um seleto grupo de equipes que estão empenhadas a desafiá-las numa busca implacável pela excelência no esporte.

Essa será a primeira edição com o novo formato, com 32 seleções divididas em 08 grupos, serão 64 partidas com 48 jogos na fase de grupos. O Brasil está no Grupo F, com França, Jamaica e Panamá.

Mergulhamos nos perfis das equipes que vão enfrentar as nossas guerreiras, fazendo um panorama das suas histórias e aspirações.

Brasil

Técnica: Pia Sundhage

Com um bom retrospecto em amistosos recentes, como a vitória sobre a Alemanha por 2×1 e o empate na finalíssima com a Inglaterra, a seleção tem tudo para ir longe num mata-a mata. Parte de um panteão de seletas seleções presentes em todas as edições do torneio. O Brasil que chega a Copa Do Mundo é uma pouco diferente do que estamos acostumados a ver, fruto do Ciclo da Treinadora Pia Sundhage e a mistura de gerações.

Com o trabalho realizado pela Pia e sua equipe, o futebol brasileiro ganhou estrutura e o time tornou-se pragmático junto às estrelas em ascensão, tendo tudo para brilhar, ao equilibrar a efetiva ocupação dos espaços em campo e o eficiente circular da bola.

Na conquista mais recente da Copa América de 2022, as nossas meninas levantaram o troféu do torneio com 100% de aproveitamento e nenhum gol sofrido, mostrando a solidez da nossa linha defensiva.

A Eterna Rainha Marta chega à Copa após enfrentar problemas físicos, mas se recuperando a tempo da convocação, vai atrás de uma conquista inédita. Quem sabe a história se repita, e no dia 20 de agosto, uma das maiores jogadoras da história possa levantar a taça que ainda falta.

As Canarinhas tiveram uma substituição de última hora, após lesão da jogadora Nycole, a volante Angelina, peça fundamental na campanha do título da última Copa América, foi chamada para reforçar a equipe.

Para Ficar de Olho: Debinha (Meia-Atacante)

Uma das peças-chave da era Pia, a jogadora do Kansas City Current têm 29 gols pela seleção em 49 jogos, é a artilheira desse ciclo.

Foto: Thais Magalhães/CBF

França

Técnico: Herve Rennard

A França vem para a sua sexta participação, tendo como o seu melhor desempenho o quarto lugar em 2011, será o nosso maior desafio no grupo, afinal, a seleção Francesa foi nossa algoz em 2019 nas oitavas de final do torneio, sendo foi eliminada na fase seguinte, amargurando a saída nas quartas no mundial em que eram anfitriãs.

Considerada uma das favoritas ao título, a equipe chega ao torneio com todos os holofotes voltados para ela, mas não por conta das suas craques, e sim pelo período pós crises, onde o ex-presidente da Federação, Noel Le Graet, foi acusado de assédio sexual e também o descontentamento com o trabalho da técnica Corinne Diacre e a estrutura que oferecida. Situações que desencadearam protestos das jogadoras, tendo como principal expoente a craque e capitã, Wendie Renard, inclusive, uma das melhores defensoras do mundo, chegou a anunciar que não atuaria mais pela seleção.

Com o afastamento de Le Graet e a troca do comando de Diacre por Herve Rennard, técnico que comandou a Árabia Saudita na Copa do Mundo de 2022. As Bleues contaram então, com a volta da zagueira Renard e da atacante Le Sommer, que também ficou afastada da seleção nos últimos dois anos.

Além dos problemas extra campo, outro fator que preocupa as francesas são os desfalques de Delphine Cascarino e Marc-Antoniette Katoto, ambas do Lyon, lesionadas.

Para Ficar de Olho: Wendie Renard (Zagueira)

Com 34 gols pela seleção, a defensora de 32 anos, que joga no Olympique de Lyonnais, é uma das melhores defensoras do mundo, esteve presente no melhor resultado da França em copas na semifinal em 2011 na Alemanha.

Foto: Reprodução / Twitter

Jamaica

Técnico: Lorne Donaldson

A Seleção Jamaicana chega nesse mundial para a sua segunda participação, após ser a primeira equipe caribenha a se classificar para o torneio. Apesar de não despontar entre as favoritas do grupo, pode conquistar um feito inédito quando a bola rolar no próximo dia 29 de julho contra o Panamá, podendo ganhar a sua primeira partida em mundiais FIFA. Na sua única participação perdeu as três partidas que disputou em 2019.

As Reggae Girlsz chegam para lutar, especialmente após verem a seleção feminina ser dissolvida por falta de estrutura e apoio, e ressurgindo em 2014 com o apoio e iniciativas criadas por Cedella Marley, filha de Bob Marley que transformou o futebol feminino jamaicano. Inclusive, a equipe traz ao mundial pautas pertinentes sobre melhores condições de treino e de viagem para sua seleção. Inclusive, a questão financeira tornou-se uma questão crítica, com o movimento No pay no play (Tradução livre: Sem pagamento, sem jogo) que ganhou(ganha) visibilidade internacional.

Para Ficar de Olho: Khadija Shaw (centroavante)

É a peça chave dessa seleção, a jogadora do Manchester City marcou o total de 20 gols na temporada e tem 14 gols marcados pela seleção em 20 jogos disputados.

Foto: Cristian de Marchena | MEXSPOR

Panamá

Técnico: Ignacio Quintana

Estreante, é a última seleção a se classificar para o mundial, a seleção do Panamá vem de um país que ainda não possui uma liga profissional feminina e de resultados não favoráveis nos jogos antes da Copa, mas que apresenta um trabalho conjunto, entre jogadoras, equipe técnica, federação e torcedores, em prol do desenvolvimento da modalidade no país.

Las Canaleras são um excelente exemplo de que profissionalismo e estrutura são fundamentais para extrair o maior potencial das atletas. Com um sistema de ataque bastante agressivo, criatividade e empolgação, as panamenhas desejam fazer história já na estreia contra a seleção Brasileira.

Para ficar de olho: Marta Cox (Meio-Campista)

Atual jogadora do Pachuca do México, estreou na seleção aos 14 anos de idade, foi uma das peças responsáveis pela classificação da equipe junto a repescagem para o torneio.

Com informações de Globo, ESPN, CNN, CBF e FIFA