Morre Zé Celso, criador do Teatro Oficina, dramartugo e ativista da cultura
A perda de Zé Celso Martínez representa um luto para o teatro brasileiro e deixa uma lacuna na cultura do país
A perda de Zé Celso Martínez representa um luto para o teatro brasileiro e deixa uma lacuna na cultura do país
O renomado dramaturgo brasileiro Zé Celso Martínez faleceu nesta quinta-feira (6), aos 86 anos, vítima de complicações decorrentes de um incêndio em seu apartamento localizado na Zona Sul de São Paulo. O dramaturgo estava internado na UTI do Hospital das Clínicas desde terça-feira, quando sofreu queimaduras graves.
Na manhã de hoje, o estado de saúde de Zé Celso agravou significativamente devido a uma insuficiência renal.
O incêndio que vitimou o dramaturgo teve início por volta das 7h30 de terça-feira, enquanto ele estava dormindo em seu apartamento. Vizinhos suspeitam que o fogo tenha sido causado por um curto-circuito no aquecedor. Apesar dos esforços do ator Victor Rosa, que resgatou Zé Celso do local, o dramaturgo sofreu queimaduras em 60% de seu corpo.
Além de Zé Celso, outras três pessoas estavam no apartamento no momento do incêndio: seu marido Marcelo Drummond e os atores Victor Rosa e Ricardo Bittencourt. Embora nenhum deles tenha sofrido queimaduras, todos foram levados ao hospital devido à inalação de fumaça, como destacou o G1.
Nascido em 1937, Zé Celso Martínez é reconhecido como um dos principais dramaturgos do Brasil e uma figura de destaque no Teatro Oficina em São Paulo, que liderou desde os anos 60. Sua contribuição para as artes cênicas do país é inegável, deixando um legado valioso para a cultura brasileira.
No início da década de 60, ele se profissionaliza e a sede do grupo é transferida para o teatro da Rua Jaceguai, onde três anos depois Zé Celso dirigia Pequenos Burgueses, de Máximo Gorki, peça de sucesso que ganhou diversos prêmios, mas que foi censurada no ano seguinte, quando o Brasil mergulhou na ditadura militar. Após um incêndio, o teatro da Rua Jaceguai foi reformado e a primeira montagem dessa nova fase foi O Rei da Vela, em 1967, com base num texto escrito por Oswald de Andrade na década de 30, também encenada por Zé Celso.
Uma das características dos espetáculos de Zé Celso é a encenação para o grande público, de graça, ao ar livre ou em grandes espaços. Exemplo desse formato é As Dionisíacas, conjunto de quatro peças que percorreu sete capitais ao longo de 2010. As apresentações aconteciam sempre em estádios, com entrada franca.
A causa exata do incêndio ainda está sendo investigada pelo 36º Distrito Policial (Vila Mariana).
A perda de Zé Celso Martínez representa luto para o teatro brasileiro e deixa uma lacuna na cultura do país.
*Com informações da Agência Brasil
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