Bolsonaro transformou a reunião em um evento eleitoral para disseminar desconfiança nas eleições de 2022

Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

O vice-procurador Eleitoral, Paulo Gonet, defendeu a condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro no processo que envolve a divulgação de ataques ao sistema eletrônico de votação durante uma reunião no Palácio da Alvorada em julho do ano passado. O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) iniciou o julgamento da ação movida pelo PDT, que acusa Bolsonaro de abuso de poder político e uso inadequado dos meios de comunicação. Se condenado, Bolsonaro ficará inelegível por oito anos.

Gonet argumentou que Bolsonaro transformou a reunião em um evento eleitoral para disseminar desconfiança nas eleições de 2022, divulgando informações falsas. O julgamento foi suspenso e será retomado na terça-feira.

Durante a sessão, o advogado do PDT defendeu a condenação de Bolsonaro, alegando que foram divulgados ataques infundados ao sistema eleitoral, com o uso de recursos públicos para fins eleitorais. O procurador argumentou que a reunião teve desvio de finalidade para desmoralizar as instituições, inclusive no âmbito internacional, afetando a confiança no sistema de votação.

A defesa de Bolsonaro argumentou que a reunião com os embaixadores ocorreu antes do período eleitoral, quando ele ainda não era candidato oficial. Eles afirmaram que a reunião teve um caráter institucional e não eleitoral, e que a ação de investigação eleitoral não poderia ser proposta pelo partido, resultando no máximo em uma multa por eventual irregularidade no uso da máquina pública. A defesa reconheceu que Bolsonaro fez observações ácidas sobre o sistema eleitoral, mas enfatizou a necessidade de aprimoramentos.

Após as manifestações, o julgamento foi suspenso e será retomado na terça-feira para dar continuidade à análise do caso que envolve a possível condenação de Bolsonaro e suas consequências para sua elegibilidade futura.