Julgamento começa nesta terça-feira (20), com quatro primeiros acusados da Chacina de Curió

Foto: Kid Junior/ VIa Diário do Nordeste

Começa na terça-feira (20) o histórico julgamento dos policiais acusados de atacar dezenas de pessoas e matar 11, na maioria jovens, como vingança pela morte de um policial militar, na periferia de Fortaleza, no Ceará, em novembro de 2015. Ao todo são 34 militares no banco dos réus. Amanhã serão quatro: Marcus Vinícius Sousa da Costa, António José de Abreu Vidal Filho, Wellington Veras Chagas e Ideraldo Amâncio.

Os policiais escolheram as vítimas de maneira aleatória após a morte de um PM. Ao longo dos últimos sete anos e meio, mães e familiares das vítimas têm lutado por justiça, unindo-se a movimentos de mulheres em todo o país. Agora, elas terão a oportunidade de confrontar os responsáveis pela morte de seus filhos, maridos e irmãos.

O governador Elmano (PT) recebeu pedido para que a segurança seja reforça durante os dias de julgamento. Esse julgamento será o mais significativo do ano no Brasil e envolve o maior número de militares no banco dos réus desde o massacre de Eldorado dos Carajás, ocorrido em 1996, no Pará.

O movimento Mães e Familiares do Curió (@movmaesdocurio) exige justiça e reparação em nome das vítimas:

As vítimas foram: Álef Sousa Cavalcante, 17 anos; Antônio Alisson Inácio Cardoso, 17 anos; Francisco Enildo Pereira Chagas, 41 anos; Jandson Alexandre de Sousa, 19 anos; Jardel Lima dos Santos, 17 anos; Marcelo da Silva Mendes, 17 anos; Marcelo da Silva Pereira, 17 anos; Patrício João Pinho Leite, 17 anos; Pedro Alcântara Barroso, 18 anos; Renayson Girão da Silva, 17 anos; e Valmir Ferreira da Conceição, 37 anos.

A Ordem dos Advogados do Brasil-Secção do Ceará, por meio da Comissão de Direitos Humanos e da Comissão Especial de Defesa dos Direitos da Criança e do Adolescente da OAB/Ceará, emitiu uma nota ao público para manifestar solidariedade às vítimas sobreviventes e familiares das vítimas da chacina.

“Exortamos e confiamos que as instituições garantirão a integridade e independência do júri, o devido processo legal, a segurança de todos os profissionais e colaboradores da justiça, assim como dos demais presentes”.