Juros em 13,75% ignora crescimento da economia e pode levar a demissões em massa
Campos Neto usa o argumento de que a taxa de juros em 13,75% é “ok”, mesmo que isso acabe prejudicando a economia
Campos Neto usa o argumento de que a taxa de juros em 13,75% é “ok”, mesmo que isso acabe prejudicando a economia
O crescimento da economia no governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) vem sendo cada vez mais reconhecido nesses primeiros seis meses, com ações que acompanham a queda do dólar, valorização do salário, fim da paridade internacional que derrubou o preço do gás de cozinha e combustível, além do programa de redução de preços de ônibus e carros novos. Exceto para Roberto Campos Neto, presidente do Banco Central.
Campos Neto usa o argumento de que a taxa de juros em 13,75% é “ok”, e não dá nenhum sinal de que ele deve apoiar uma queda de juros no Brasil. Especialistas em economia afirmam que, sem uma queda significativa na taxa, os efeitos das medidas implementadas que estão aquecendo a economia não terão o resultado esperado e setores poderão quebrar.
Luiza Trajano, do Magazine Luiza, falou isso olhando nos olhos de Campos Neto na segunda-feira (12), durante a reunião do Instituto para o Desenvolvimento do Varejo, que reúne as principais marcas do Brasil.
Na lata! Luiza Trajano pede a presidente do Banco Central urgência na redução de juros.pic.twitter.com/dWNRueIZSZ
— Mídia NINJA (@MidiaNINJA) June 13, 2023
“Sem um sinal, não vamos aguentar. Quantas lojas aqui já foram fechadas? Quantas pessoas já foram mandadas embora? A desigualdade social é muito grande. É o emprego que salva as pessoas. Queria te pedir, em nome dos brasileiros, para dar um sinal. E não é de 0,25 ponto, que é muito pouco. Precisamos de mais”, disse a empresária Luiza Trajano, que foi aplaudida.
Gasolina abrasileirada
Nesta quinta-feira (15), a Petrobras anunciou mais uma queda no preço dos combustíveis repassados às refinarias. Serão R$ 0,12 a menos a partir de sexta-feira (16). Isso é resultado direto da política do fim da paridade com o preço internacional, uma invenção criada na gestão de Temer, dias depois do Impeachment/Golpe contra Dilma Rousseff, em 2016. A política de Temer foi mantida pelo ex-presidente de extrema direita Jair Bolsonaro (PL).
Em março de 2022, o preço da gasolina subiu 20% em um único dia, e passou a ser vendida por R$ 10, o litro. Em seis meses de governo Lula, é possível encontrar o mesmo litro por menos de R$ 5. Tá barato? Tá barato. Sem falar do gás de cozinha, que despencou no preço, caindo para mais de 20%, em março. O movimento de redução foi chamado de: “Abrasileirar os preços”
“Paridade de importação era uma abstração. Pegar preço lá fora, colocar aqui dentro como se tivesse produzido lá fora, só que na porta da refinaria daqui”, disse o presidente da Petrobras, Jean Paul Prates.
O carro popular também teve o preço reduzido com a implementação da política do Ministério da Fazenda, que já está valendo. Descontos chegam a R$ 10 mil e nove montadoras já aderiram. Uma lista acessível com o nome dos carros e os novos preços também foi criada para consulta da população.
O Minha Casa e Minha Vida voltou a atender famílias de baixa renda. Apesar de pertencerem ao grupo com a menor inadimplência, famílias de baixa renda haviam sido retiradas pelo governo Bolsonaro, que decidiu ampliar para as classes B e A.
https://twitter.com/Haddad_Fernando/status/1669079766442426369
FMI estava errado
O presidente Lula disse nesta quinta-feira que a economia brasileira deve crescer “2% ou até mais” em 2023 e que deseja provar que o Fundo Monetário Internacional (FMI) estava errado sobre sua perspectiva para o crescimento do país. Em entrevista a um grupo de rádios do Estado de Goiás, Lula ainda afirmou que o governo federal anunciará um novo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) em 2 de julho.
Diante do cenário, a agência de classificação de risco S&P Global Ratings alterou a perspectiva de rating (nota de crédito) do Brasil de estável para positiva na quarta-feira (14). A classificação positiva para o país não acontecia desde 2019, quando Bolsonaro assumiu o governo. O índice é um indicador importante para investidores, principalmente os internacionais.
Chega de juros altos!
A Central Única dos Trabalhadores (CUT) e outras centrais sindicais, movimento e partidos, que iniciaram a Campanha Nacional pela Redução dos Juros convocaram mobilizações programadas para ocorrer entre os dias 16 e 20 de junho, coincidindo com a reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) no dia 21, quando será definida a taxa a ser adotada. Desde agosto do ano passado, o Banco Central, liderado por Roberto Campos Neto, mantém a taxa em 13,75%.
A CUT denunciou, em comunicado, o que considera um boicote do Banco Central às iniciativas governamentais voltadas para o estímulo do consumo e a oferta de crédito mais acessível às empresas, a fim de impulsionar o crescimento econômico. A alta da Selic, a taxa básica de juros, é apontada como uma grande obstáculo à retomada do desenvolvimento econômico do Brasil.
“Apoiador do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e, portanto, herança maldita deixada pelo governo anterior, Campos Neto ignora todo o esforço e trabalho exitoso que vem sendo feito pelo governo de Luiz Inácio Lula da Silva, que tem, mês a mês, conseguido reduzir os índices inflacionários. O IPCA, que mede a inflação oficial, no mês de maio ficou em 0,23%, índice menor que os 0,61% de abril e que soma 3,94 % em 12 meses. É o menor em três anos”, disse a entidade.
Jornada de mobilização contra os juros altos
— CUT Brasil (@CUT_Brasil) June 14, 2023
Entre os dias 16 de junho e 02 de julho as Centrais Sindicais e movimentos sociais do país todo estarão em mobilização denunciando os impactos negativos dos juros altos pro Brasil e pro brasileiro.
Saiba mais: https://t.co/IJQgBbes9X pic.twitter.com/VqGAv90EC8