Bigtechs em apuros: utilidade pública ou interesse próprio?
Basta um projeto de lei como o PL 2630, conhecido como PL das Fake News, ameaçar interesses comerciais para que essas gigantes comecem a se comportar como crianças mimadas, espalhando medo e desinformação em busca de apoio público.
É engraçado como as Big Techs, como Google e Facebook, adoram se apresentar como salvadoras da humanidade, com seus serviços “gratuitos” e “essenciais” à vida moderna. No entanto, basta um projeto de lei como o PL 2630, conhecido como PL das Fake News, ameaçar seus interesses comerciais para que essas gigantes comecem a se comportar como crianças mimadas, espalhando medo e desinformação em busca de apoio público.
A ironia é que, mesmo com toda essa agitação e indignação, as Big Techs deveriam estar agradecendo aos céus que a maioria das pessoas ainda não se deu conta dos benefícios da desprivatização dessas empresas. Isso mesmo, transformá-las em organizações multinacionais, geridas por modelos de governança colaborativa e distribuída, com tecnologias de código aberto e sustentabilidade que promova inovação e eficiência para o usuário, em vez de lucro para seus acionistas bilionários.
Veja o exemplo do Google, que não hesitou em inserir um link em seu buscador para uma carta do presidente Fábio Coelho, afirmando que o PL 2630 tornaria a busca “menos útil e segura”. Ah, é mesmo? Eles se preocupam tanto com nossa segurança que o modelo de negócios deles é baseado em extrair e vender nossos dados pessoais para anunciantes, certo? Comovente.
Imagine um mundo onde esses serviços essenciais, que já se tornaram praticamente utilidade pública, não fossem controlados por empresas cujo principal objetivo é gerar lucro, mas sim por organizações colaborativas e distribuídas, comprometidas com o bem-estar e a privacidade dos usuários. Seria incrível, não?
Então, queridas Big Techs, antes de chorarem e espernearem por causa de regulações como o PL 2630, agradeçam que ainda não estamos discutindo seriamente a desprivatização de suas operações. Porque, quando isso acontecer, talvez vocês realmente tenham motivos para se preocupar.
E nós, usuários, talvez possamos finalmente ter um ambiente digital mais justo, democrático e verdadeiramente voltado para o bem-estar de todos, em vez de apenas aumentar os lucros das Big Techs e seus acionistas.