Por Marilda Campbell

A série “Rainha Charlotte: Uma História Bridgerton”, que estreia em 4 de maio na Netflix, tem como foco a ascensão da monarca à notoriedade e ao poder. O spin-off da série “Bridgerton” conta a história da jovem Charlotte (India Amarteifio), que se casou com o rei George III (Corey Mylchreest) aos 17 anos.

Eles não apenas viveram um grande amor, mas também estimularam mudanças sociais e criaram as tradições da alta sociedade que são herdadas pelos personagens de “Bridgerton”.

A origem africana da verdadeira rainha Charlotte

O historiador estadunidense Mario de Valdes y Cocom, a partir de sua pesquisa sobre a diáspora africana, revelou que antigos registros sobre Sophie Charlotte de Mecklenburg-Strelitz (1744-1818) indicam sua descendência de uma nobre de origem negra, que pertencia a uma ramificação da Casa Real Portuguesa, chamada Margarita de Castro y Sousa.

Os estudos de Valdes y Cocom foram apresentados em um documentário da Frontline PBS, em 1996. Ele destacou que pinturas de Charlotte a mostravam com traços negros, mas com a pele clara para encobrir sua origem. Há registros de aristocratas da época que fizeram comentários racistas sobre a monarca.

Retrato da rainha Charlotte. Foto: Reprodução/El País

A rainha Charlotte da franquia “Bridgerton”

O universo da série é inspirado em nove romances de época, da escritora estadunidense Julia Quinn, que formam a coleção “Os Bridgerton”. Os livros foram lançados entre 2000 e 2013 figurando entre os mais vendidos do gênero.

A adaptação da Netflix foi lançada em 2020 e o sucesso foi estrondoso, tanto a primeira quanto a segunda temporada figuram entre as mais assistidas da plataforma.

A atriz Golda Rosheuvel interpreta a rainha Charlotte em “Bridgerton” e no spin-off, em sua fase adulta. Contudo, essa personagem não existe nos livros de Quinn, foi criada por Chris Van Dusen especialmente para a versão televisiva. Devido ao grande sucesso da monarca, que movimenta a Corte com os Bailes de Debutantes e as fofocas de corredores, será lançado em maio o livro dedicado a Charlotte escrito por Julia Quinn e Shonda Rhimes, produtora da série.

“Para ser capaz de criar o espaço onde você pode ter uma rainha negra no drama de época mais assistido da Netflix, pode ser capaz de quebrar os limites para abrir espaço para pessoas pretas e pardas estarem em uma representação pródiga, sexy, escandalosa e bela da vida. A jornada não acabou, mas definitivamente está na direção certa”, afirmou Golda Rosheuvel em entrevista à revista Page Six.

Confira o trailer de “Rainha Charlotte: Uma História Bridgerton”: