Originalmente publicado em Euro News

O Oscar de Melhor Filme Internacional, como é chamado agora, é um dos prêmios oficiais desde 1956, mas surgiu em 1947 como uma categoria honorária. Durante esses nove anos, os filmes eram escolhidos diretamente por um quadro de representantes da academia, sem disputa direta entre filmes indicados.

Durante sua existência, a premiação honorária deu quatro estatuetas para Itália, três para produções da França e do Japão e uma produção Franco-Italiana foi premiada em 1950. Japão só voltou a vencer em 2009 com A Partida, passando mais de meio século sem levar um Oscar para a terra do sol nascente.

Em 2023, quatro filmes de países da Europa (Bélgica, Alemanha, Irlanda e Polônia) e um longa argentino foram indicados ao Oscar de melhor filme internacional. As nomeações deste ano refletem bastante o histórico do Oscar, tendo produções europeias considerável “destaque” ao longo das décadas.

A Itália foi o país que mais conseguiu a honra de Melhor Filme em Língua Estrangeira no Oscar. Apesar de só um filme italiano ter ganhado a estatueta no século XXI (A Grande Beleza em 2014), A Itália sempre foi a grande favorita durante a era de ouro do cinema Italiano (1945-1960) e, no total, o país conseguiu vencer 14 das 32 indicações ao longo da história.

França aparece em segundo lugar, logo atrás da Itália com até mesmo mais indicações (41). Porém, os franceses só contam com 12 vitórias. O mais curioso é que esse ano marca três décadas sem uma noite de glória para a indústria de cinema francesa no Oscar, já que o último filme francês vencedor foi Indochina em 1993.

Japão no terceiro lugar, mas bem atrás com apenas cinco premiações. As duas mais recentes foram em 2009 (A Partida) e 2022 (Drive My Car). As três primeiras estatuetas foram os prêmios honorários, ainda nos primórdios da história do Oscar.

Em seguida temos dois outros países europeus, ambos contando com quatro vitórias ao longo da história: Espanha e Dinamarca. No total, 20 filmes espanhóis foram indicados na categoria contra apenas 14 dinamarqueses. A antiga União das Repúblicas Socialistas Soviética assume a oitava posição com três estatuetas, mas apenas seis indicações.

Nosso Brasil foi indicado apenas cinco vezes nessa categoria entre produções e coproduções. Por outro lado, temos mais de vinte indicações se levarmos em consideração outras categorias. O filme 100% brasileiro com mais indicações na história do Oscar foi o clássico Cidade de Deus com quatro nomeações, entre elas Melhor Diretor para Fernando Meirelles.

Ao longo da história do Oscar, foi raridade a indicação de filme de língua não inglesa à categoria de melhor filme, apesar das ocasiões recentes. Somente dois filmes de língua não inglesa venceram o prêmio máximo da noite. O Artista em 2012, um filme mudo francês, e o Sul Coreano Parasita. Sendo O Artista um filme mudo, podemos dizer que Parasita fez história em 2020 como o primeiro longa falado em língua não inglesa a vencer a categoria de melhor filme do ano.

Tradução: Ricardo Carvalho em cobertura colaborativa da Cine NINJA