Moraes classifica manifestações bolsonaristas como “ilícitas, antidemocráticas e criminosas”
Presidente do TSE afirmou que a Justiça Eleitoral irá apurar os responsáveis pelas manifestações de viés golpista e os responsabilizará por crimes contra o estado de direito
O presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Alexandre de Moraes, afirmou nesta quinta-feira (3) que a Justiça Eleitoral vai apurar os responsáveis por essas manifestações de viés golpista e os responsabilizará por crimes contra o estado de direito.
Moraes classificou como criminosos e antidemocráticos os manifestantes bolsonaristas que contestam o resultam das eleições por meio dos bloqueios de rodovias e que cobram por intervenção militar em atos realizados em frente aos quartéis.
https://twitter.com/MidiaNINJA/status/1588258420985319424
“O segundo turno acabou democraticamente no último domingo. O TSE proclamou o vencedor. O vencedor será diplomado até o dia 19 de dezembro e tomará posse dia 1º de janeiro de 2022. Isso é democracia, isso é alternância de poder, isso é Estado republicano. Não há como se contestar um resultado democraticamente divulgado com movimento ilícitos, antidemocráticos, criminosos, que serão combatidos e os responsáveis apurados e responsabilizados sob a pena da lei. A democracia venceu novamente no Brasil”, disse o ministro.
Derrotado nas urnas, Bolsonaro levou 45 horas para se pronunciar sobre a disputa. O silêncio do presidente foi usado por grupos extremistas como um salvo conduto para bloquear as rodovias e se manifestar em frente aos quartéis com pedidos de intervenção militar. Na noite da última quarta-feira, 2, Bolsonaro realizou uma transmissão ao vivo para pedir aos seus apoiadores que liberem as vias diante do risco de desabastecimento e dano à economia.
Na sessão desta quinta, Moraes ainda leu diversos relatórios de observadores internacionais que atestaram a segurança das eleições e das urnas eletrônicas. O ministro ainda elogiou a atuação do corregedor-geral da Justiça Eleitoral, ministro Benedito Gonçalves, que pediu a atuação de medidas para desbloquear as vias obstruídas por bolsonaristas.
Investigação do diretor da PRF
O Ministério Público Federal (MPF) pediu, nesta quarta-feira (2), que a Polícia Federal (PF) investigue possíveis crimes cometidos pelo diretor-geral da Polícia Rodoviária Federal (PRF), Silvinei Vasques. Segundo ofício da Procuradoria da República no Distrito Federal, o inquérito deve apurar blitz realizadas pela corporação durante o segundo turno das eleições e omissão em relação aos bloqueios em rodovias.
Sobre o bloqueio nas rodovias brasileiras, o MPF diz que, se comprovada omissão do diretor da PRF, o caso pode ser considerado prevaricação. Além disso Silvinei Vasques – que declarou apoio a Bolsonaro na eleição – pode responder por “crimes praticados por invasores de rodovias”.