Repercutem nas redes sociais imagens da estátua de Chico Mendes derrubada no Acre. Ela fica na Praça dos Povos da Floresta, em Rio Branco. O cineasta Sérgio de Carvalho disse que a estátua tombada, “além de ser um patrimônio público, traz uma carga simbólica negativa profunda”. E lembra que o poder público já apagou o grafite em homenagem a Chico Mendes no Mercado dos Colonos e proibiu que fosse refeito.

“Mesmo que tenha sido ação de vândalos, é um descaso deixá-la assim. Um desrespeito à família de Chico, aos seus companheiros, a todo o seu legado sócio ambiental. À memória do Acre. (…) Espero providências, que levantem e guardem a estátua e que ela não se perca no porão extremista das ideologias obscuras”.

Neta de Chico Mendes, a doutora em Ecologia e Evolução, Angélica Mendes declarou: “nossa cidade e estado estão se apagando, mas nunca apagarão nossa história”.

Sua mãe, Angela Mendes, disse que espera quero que o poder público investigue a autoria da depredação à estátua que não é só patrimônio público, mas histórico e cultural do Brasil.

“Estamos falando da imagem simbólica do Patrono do Meio Ambiente Brasileiro. Não tomar nenhuma medida confirma a disposição do atual governo de continuar agindo para o apagamento do símbolo maior do Estado do Acre. Em mim dói ver o tratamento que esse governo dispensa a todo legado e à trajetória de meu pai”.

Liderança do povo Ashaninka, Francisco Piyãko disse que “é uma cena forte, como se tivessem assassinado Chico Mendes mais uma vez. A história de Chico deve ser espalhada, é uma luta para mantermos viva. A luta pela Amazônia é de todos nós”.

A Polícia Civil disse que vai investigar o caso de depredação do patrimônio. Mas embora ela tenha sido derrubada na sexta-feira, até a noite de sábado (2), permanecia do mesmo modo. “Zero novidade até agora o monumento que celebra a luta dos povos da floresta está caído e abandonado apesar da denúncias que já fizemos”, desabafou em vídeo, Angela Mendes.