17ª Cineop – Mostra de Cinema de Ouro Preto enfoca na Produção Audiovisual Indígena
Cerca de 20 mil pessoas participaram da programação presencial e recebeu mais de 40 mil acessos de 38 países na programação online.
17ª CineOP – Mostra de Cinema de Ouro Preto aconteceu entre os dias 22 e 27 de junho. De acordo com a produção, o evento beneficiou em torno de 20 mil pessoas na programação presencial que aconteceu na Praça Tiradentes e no Centro de Artes e Convenções e recebeu mais de 40 mil acessos vindos de 38 países registrados na programação online na plataforma do evento, cerca de 2 milhões de alcance nas redes sociais.
Foram exibidos 151 filmes (117 curtas, 14 médias e 20 longas-metragens), de oito países (Brasil, Argentina, Bolívia, EUA, Israel, Peru, Rússia, Uruguai) e 21 Estados brasileiros (AC, AL, AM, AP, BA, CE, DF, ES, GO, MA, MG, MT, PA, PB, PE, PR, RJ, RR, RS, SC, SP). As exibições foram em formato presencial e online, distribuídos em oito mostras: Contemporânea, Homenagem, Preservação, Histórica, Educação, Mostrinha e Cine-Escola. Os filmes cobrem um período de mais de 100 anos, com produções desde 1921 até 2022.
A 17ª edicão da mostra elegeu os cinemas indígenas como destaque de sua programação e prestou homenagem aos cineastas M`bya Guarani Kuaray Poty (Ariel Ortega) e Pará Yxapy (Patrícia Ferreira) com a entrega do Troféu Vila Rica na abertura do evento, na Praça Tiradentes.
A Temática Histórica enfocou “Cinemas Indígenas: Memórias em Transmissão” e reuniu uma seleção de 35 filmes de 17 povos originários e suas relações com a cultura, a espiritualidade e com a política. Promoveu três rodas de conversa com a participação de cineastas indígenas e fez um convite a investigar a história de imagens e sons produzidos sobre os diferentes povos indígenas e a urgência em dar valor histórico e patrimonial a estes filmes.
A cerimônia de abertura do Cine Praça no dia 23 de junho “Caminhos de Pachamama” foi um ritual de invocação com canto, a dança e a reza, para saudar a mãe terra, realizado pelo Comitê Mineiro de Apoio às Causas Indígenas. Estiveram presentes os povos Kambiwá, Aranã Pataxó, Xukuru kariri, Quéchua e Aymará que relembraram que a preservação, tema da Cineop, também precisa ser dos povos originários e das florestas.
Ao todo 96 convidados estiveram no centro de 24 debates e rodas de conversa e participaram do 17º Encontro Nacional de Arquivos e Acervos Audiovisuais Brasileiros e do Encontro da Educação: XIV Fórum da Rede Kino e mais de 200 profissionais participaram atividade destes dois encontros anuais. A CineOP, mais uma vez, tornou-se palco de discussões e decisões do setor da preservação, que clama por atenção e políticas públicas num mundo hiperacelerado e tecnológico, que muitas vezes se esquece ou negligencia sua própria história.
Na mesa Mesa ‘Um plano de Cinema, Um plano de Aula’, Célia Xakriabá, o cineasta Xavante, Divino Tserewahu (@tserewahutsereptse), e a cineasta e professora Mbyá-Guarani, Pará Yxapy ‘Patricia Ferreira’ (yxa_py) debateram em praça pública a emergente produção indígenas, que ocupa cada vez mais as grandes telas, mas também as pequenas telas, nas redes, na denúncia, no humor, na educação. O audiovisual tem papel fundamental na causa dos povos indígenas, gerando visibilidade para que o público compreenda e conheça as necessidades à cidadania, à demarcação de seus territórios e tenha acesso às tecnologias sociais de aldeamento que se compõem de dimensões culturais, políticas, econômicas, midiáticas e estéticas.