Cannes Lions 2022: produtora, roteirista e atriz Issa Rae fala sobre diversidade e inclusão na publicidade e no audiovisual
Issa Rae comentou sobre a importância de desconstruir estereótipos acerca de mulheres negras no entretenimento, objetivo que a mesma traça em seus trabalhos.
Issa Rae, atriz e criadora da série de sucesso “Insecure”, esteve na última quarta-feira (22) em um painel da Cannes Lion, que está acontecendo na França. Entre os assuntos que foram abordados na conversa, a atriz falou sobre diversidade, inclusão e equidade dentro da publicidade e no audiovisual, fazendo uma crítica sobre como esses temas acabam sendo debatidos apenas por grupos menos representados.
“Garanta que sempre a equipe seja diversa, não somente quando uma pessoa negra do seu time ou do cliente faz essa demanda, somente ‘para nos agradar’. Desafio todos aqui a chamarem uma pessoa branca para este palco para ter essa conversa. Para que se eduquem e amplifiquem essa ideia. Frequentemente designamos a missão da diversidade às ‘pessoas diversas’ quando nós sabemos muito bem do que se trata”, disse a atriz.
Ao falar da série “Insecure”, na qual é produtora, roteirista e protagonista, Issa Rae comentou sobre a importância de desconstruir estereótipos acerca de mulheres negras no entretenimento, objetivo que a mesma traça em seus trabalhos: “É exatamente isso que tento combater, a ideia de que toda mulher negra é forte, não nos é permitido ser vulneráveis (…) Percebi que estávamos retratando a mulher negra de um jeito que, até então, não era retratado na TV. Estávamos conscientes, ao escrever o roteiro, de que estávamos abrindo os olhos de uma parte da audiência”, revelou.
Ainda sobre diversidade e inclusão, a artista discorreu sobre a importância de incluir pessoas que façam parte da comunidade que está sendo retratada na história, em todos os departamentos das produções. Ela enfatizou o fato de que esse público tem dificuldades de ascender no meio, então ela tem como missão dar oportunidade para que esses profissionais tenham uma carreira que evolua. Além disso, a profissional disse que exige que todos os sets de filmagem tenham ao menos 60% de diversidade e que nega trabalhos cujas equipes sejam formadas somente por pessoas brancas – o que, segundo ela, ainda ocorre com frequência.
Via Meio&Mensagem