Novos projetos de usinas a carvão ameaçam meta de limitar aquecimento global a 1,5° C
Seis países tem projetos em andamento: China, Turquia, Indonésia, Bangladesh, Índia e Vietnã
Mesmo com todas as advertências científicas, o carvão continua sendo utilizado para gerar energia e novos projetos de usinas estão em andamento. Segundo o IPCC, o uso de carvão precisa cair 75% até 2030 para que seja alcançada a meta de limitar o aquecimento global a 1,5°C. O relatório do Global Energy Monitor traz boas notícias, mas essencialmente, um alerta: há muito por se fazer.
O relatório revela que, depois de aumentar em 2020 pela primeira vez desde 2015 – diante da pandemia -, a capacidade total de energia de carvão em desenvolvimento diminuiu 13% em 2021, passando de 525 gigawatts (GW) para 457 GW, uma baixa recorde. Mas o problema é que 34 países ainda planejam novas usinas de carvão. Uma redução pequena – ainda que celebrável -, haja visto que em janeiro de 2021 eram 41.
No mundo, ainda há mais de 2.400 usinas a carvão operando em 79 países, para um total de quase 2.100 GW de capacidade. “Os países precisam parar de construir novas usinas de carvão e aposentar as existentes até 2030”, destaca o relatório. O Japão, Coreia do Sul e China se comprometeram a encerrar financiamento de novas usinas internacionais de carvão em outros países, fazendo com que projetos na África e na Ásia fossem engavetados. Ou seja, não resta nenhum financiador público internacional significativo para novas usinas.
Mas de outro lado, a China ainda tem muitas usinas em atividade, respondendo por mais da metade da capacidade de geração de energia a carvão do mundo todo, seguida pela Índia. A China também figura entre os seis países com projetos em andamento, assim como a Turquia, Indonésia, Bangladesh, Índia e Vietnã.
No ano passado, os EUA reduziram pelo segundo ano consecutivo a sua capacidade total de energia de carvão. Houve queda também nos 27 estados membros da União Europeia, com destaque para a Alemanha, Espanha e Portugal. Este último tornou-se livre de carvão em novembro de 2021, nove anos antes da data prevista, que é 2030.
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