Novamente, o governo Bolsonaro é alvo de exames e questionamentos do Comitê de Direitos Humanos da ONU, que dessa vez pede em carta oficial enviada ao governo brasileiro em 7 de abril, respostas sobre as altas taxas de mortalidade devido à Covid-19.

De acordo com o jornalista e colunista do UOL Jamil Chade, o órgão, na prática, coloca o governo brasileiro contra a parede, exigindo que as autoridades expliquem o que foi feito para lidar com a pandemia. Em trecho da carta enviada pela Organização, o Comitê solicita solicita ao governo “responder aos relatos de altos níveis de mortalidade da covid-19 e descrever as medidas tomadas para evitar mortes evitáveis”.

O Brasil ocupa o segundo lugar no mundo em número de mortes por Covid-19, com 661 mil óbitos, atrás somente dos EUA. O governo Bolsonaro passou meses ignorando a gravidade da pandemia e chamando Covid-19 de “gripezinha”, enquanto estados inteiros ficavam sem oxigênio, como o Amazonas, que precisou de doações de outros países para restaurar o atendimento nos hospitais e postos de atendimento.

Não há uma punição prevista pela ONU, mas a conclusão destes questionamentos pode trazer maior constrangimento para o governo brasileiro, que já tem Bolsonaro como persona non grata por diversos chefes de Estado, e sofre para ser recebido por governos estrangeiros. De acordo com Chade, fontes em Genebra revelam que estes resultados podem reforçar a queixa que existe no Tribunal Penal Internacional contra Bolsonaro.