Um cliente do restaurante Le Jazz, em região nobre na zona oeste de São Paulo, afirma ter sofrido uma série de xingamentos homofóbicos por outro frequentador na última sexta-feira (11). Algumas cenas foram registradas pelo sistema de vigilância e comprovam as agressões verbais por mais de um hora. A vítima acusa o restaurante de negligência. O agressor, até então, não foi identificado.

Conforme relatado à Folha de São Paulo, a vítima disse que foi xingado de “veadão” e “bichona”. A briga teria começado porque as cadeiras do cliente agredido e da mulher que acompanhava o agressor se esbarraram várias vezes. Ele registrou boletim de ocorrência minutos depois do ataque, no 14º DP de Pinheiros. Ele pediu para não ser identificado já que vai entrar com pedido de medida protetiva.

Ele reclama que o caso foi registrada apenas como injúria, e não injúria homofóbica.

O ator Otavio Martins publicou em sua página no Twitter que o amigo foi vítima de homofobia no restaurante. “Eu não piso nunca mais no restaurante Le Jazz, em São Paulo. Não só pela comida ruim: ontem um amigo foi vítima de homofobia por um cliente ‘da casa’, covardemente atacado, com testemunhas, mas o gerente e os garçons se negaram a ajudar ou chamar a polícia”.

Ao jornal SPTV, na TV Globo, a vítima contou que o “restaurante não se prontificou a chamar a polícia, que é o que deveriam ter feito”. Ele afirma que os funcionários pediram para que ele não chamasse os policiais e que tentariam contornar a situação. Mesmo mudando os clientes de lugar, a briga continuou e o agressor, visivelmente alterado, chegou a atacar outros clientes.

Em vídeo, é possível ver um momento em que ele joga uma garrafa de vidro sobre outra mesa. Conforme contou a vítima ao telejornal, os estilhaços chegaram a atingir outros frequentadores.

Os sócios do restaurante Le Jazz contaram que entregaram à Polícia as imagens das câmeras de segurança e a placa do veículo do motorista. “Os funcionários agiram de forma a diminuir a tensão, a evitar que a coisa entrasse nas vias de fato”, disse Francisco Ferreira, um dos sócios.

“É muito fácil julgar depois do que acontece e dizer que deveria ter feito isso ou aquilo. As decisões são sempre muito tênues e os funcionários acharam que iam conseguir conter a situação, e até conseguiram de alguma forma, mas não foi suficiente”.

Para a vítima, o agressor foi tratado como alguém conhecido da casa e os funcionários tentaram protegê-lo.