Durante essa semana, uma corrente tomou conta das redes após uma polêmica envolvendo o uso de boné do Movimento das Trabalhadoras e Trabalhadores Sem Teto, o MST. Uma usuária criticou no Twitter que havia gente usando o boné sem ser do movimento e, pior, na visão dela, usando para ir a baladas ou outros eventos que não seriam tidos como “políticos” ou ativistas. O próprio MST, em seus canais de comunicação, aproveitou a polêmica para dar o recado: fujam dela.

“O boné do MST é um símbolo da organização, assim como a bandeira, o hino, a lona preta, a foice e o facão”, disse o MST em publicação.

“A luta dos e das Sem Terra é uma luta de todas e todas. Para o MST é muito importante encontrar o símbolo da organização não só no campo, mas também na cidade”.

“Hoje, amigos, parceiros e defensores da Reforma Agrária Popular também utilizam o boné para homenagear a organização, as família Sem Terra, mas também demarcar seu apoio à luta do Movimento. Isso, inclusive, é um avanço na luta contra a criminalização da organização”.

Uma das responsáveis pela redação do MST, Laura Sabino divulgou um vídeo bem didático provocando cidadãos não somente a fugirem da polêmica, como estimular o uso e espalharem a marca e a palavra do MST inclusive, sim, nas festinhas que não fazem parte do movimento.

Ela afirma que não é a primeira vez que essa polêmica aparece nas redes. E, de fato, é cada vez mais comum encontrar usuários, inclusive em redes de uso mais recente como Tik Tok, usarem o boné do MST associando à palavra ativismo mas não necessariamente em ações políticas. “No meio das coisas (comentários polêmicos), teve gente até dizendo que isso seria apropriação cultural”, disse Laura.

“Isso não tem nada a ver. É importante continuar comprando os bonés e assim como todos os outros itens do movimento. O MST é movimento extremamente difamado, xingado, quando a gente compra o boné a gente está ajudando a normalizar o movimento”, complementou, levantando o primeiro argumento. “Faz parte da agitação e propaganda”. Ela também afirma que a compra de produtos do MST é uma forma de fortalecer a sustentabilidade do movimento.

Rapidamente, o assunto trouxe uma corrente no próprio Twitter, canal em que começou a polêmica. Diversos usuários que já haviam adquirido o boné do MST publicaram fotos e ajudaram a transformar a polêmica em oportunidade:

https://twitter.com/natalynatural/status/1501715309979267073

https://twitter.com/passa/status/1501671956982214669

https://twitter.com/Barbosaalp/status/1502087473790390274