Antes de Zoë Kravitz conquistar o papel da Mulher-Gato em “The Batman”, de Matt Reeves, a atriz disse que já lhe disseram que ela não tinha o visual certo para um papel em “O Cavaleiro das Trevas”, de Christopher Nolan devido à cor de sua pele.

Depois de tentar fazer um teste para o filme em 2012, ela foi informada de que era muito “urbana” para estrelar o filme. O adjetivo é geralmente usado, especialmente nos EUA, para referir-se a pessoas de pele escura.

“Não sei se veio diretamente de Chris Nolan (o diretor)”, disse Kravitz recentemente ao The Guardian. “Acho que provavelmente foi algum tipo de diretor de elenco ou assistente de diretor de elenco.”

Kravitz, que é descendente de negros e judeus, acrescentou: “Ser uma mulher de cor, ser uma atriz, ser informada naquela época que eu não sabia ler por causa da cor da minha pele, e ouvir a palavra ‘urbano’ sendo jogada assim, foi realmente difícil”, afirmou.

A estrela atualmente interpreta Selina Kyle (também conhecida como Mulher-Gato) ao lado de Robert Pattinson como Bruce Wayne. A Catwoman de Kravitz também se identifica como bissexual. Ela trabalhou com o diretor Matt Reeves para fazer de Selina uma personagem tridimensional, trazendo um peso para a personagem fora do enredo de “Batman”.

Racismo em Hollywood

Quanto à sua resposta ao colorismo do elenco passado, Kravitz creditou a seus pais Lenny Kravitz e Lisa Bonet por quebrarem “limites de várias maneiras” no mercado. “Ambos lidavam com o fato de serem artistas que não agiam, nem se vestiam, nem se pareciam ou soavam da maneira que uma pessoa negra deveria agir nos termos que os brancos especificamente se sentiam à vontade”, continuou Kravitz.

A atriz também revelou que se sentiu “desconfortável” trabalhando em um setor predominantemente “branco” para a série “Big Little Lies”, da HBO, que encerrou a segunda temporada em 2019. Kravitz precisou suportar “pessoas racistas e estranhas em bares e coisas assim” durante a produção. Kravitz também se abriu sobre experiências racistas passadas em Hollywood, “onde minha etnia tinha sido um problema”, em entrevista ao The Guardian em 2017.

Fonte: IndieWire com informações de The Guardian