Após ataques homofóbicos dentro da PM, policial gay do DF deixa corporação
“Vou ajudar a mostrar todos os abusos que acontecem na corporação”, disse o PM
Henrique Harrison, soldado da Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF), foi alvo de uma série de ataques homofóbicos após a publicação de um beijo gay durante uma formatura, em 2020. O caso ganhou repercussão e desde então Harrison afirma ter sofrido discriminação e isolamento dentro da corporação, além de desenvolver um quadro de depressão e ansiedade durante os 8 meses em que ficou licenciado. Nesta quarta-feira (2), ele oficializou seu desligamento do cargo, publicado em Diário Oficial.
“Depois das tentativas claras da PM de diminuir para que eu fosse exonerado, eu mesmo fiz isso”, ele disse. Em vídeo publicado nos stories do seu Instagram, ele afirma que a corporação o destruiu e acabou com tudo de são que havia em sua cabeça. “Eu não podia falar isso por causa do Código Penal Militar, mas agora eu posso. Vou ajudar a mostrar todos os abusos que acontecem na corporação”.
Segundo o médico de Harrison, seu quadro de depressão se agravou pela reação de outros policiais após o beijo com seu namorado, que repercutiu nas redes, conforme publicação no portal Gay Blog BR. A Polícia Militar emitiu nota afirmando que “não comenta sobre decisões que ocorrem fora da esfera da administração militar, decisões essas que ocorreram na Justiça Civil”.
Em vídeo publicado em sua conta no Instagram, Harrison afirma que a perseguição faz parte de uma conduta de abuso de poder por parte da Polícia Militar: