Atleta aponta disparidade racial em decisão de comitê olímpico sobre doping
Sha’Carri Richardson, velocista negra impedida de competir nas Olimpíadas por doping, denuncia diferença de tratamento na liberação da patinadora russa Kamila Valieva
A atleta Sha’Carri Richardson fez duras críticas ao Comitê Olímpico Internacional (COI) e aos demais responsáveis pela diferença entre os casos de doping entre ela e a patinadora russa Kamila Valieva.
Richardson era uma das estrelas mais esperadas para os Jogos Olímpicos de Tokyo 2020, realizado no ano passado. No entanto, às vésperas de embarcar para Tokyo testou positivo para o consumo de cannabis.
Sha’Carri justificou que o consumo se deveu ao luto provocado pela morte da sua mãe. Disse que soube da morte por um jornalista durante uma entrevista e classificou a situação como “chocante” e que a levou a um “estado de pânico”.
8 meses depois, nos Jogos Olímpicos de Inverno Beijing 2022, um laboratório sueco reportou um teste positivo da adolescente de Kamila Valieva, 15 anos, feito no dia 25 de dezembro, a uma substância regularmente utilizada em doentes com angina, mas proibida no desporto.
A atleta russa teria dito aos investidores do COI que o acesso à substância foi feito através de um medicamento que o avô toma. O Tribunal Arbitral do Desporto (TAD) considerou que o caso de Valieva ocorreu em “circunstâncias excepcionais” e proibi-la de competir durante investigação poderia ter uma influência negativa decisiva na patinadora.
“Podemos ter uma resposta sólida sobre a diferença entre a situação dela e a minha?”, questionou Sha’Carri em suas redes sociais.
Por fim Kamila poderá competir em duas provas individuais em Pequim.
Informações de reportagem de Pedro Barata para o Jornal Expresso.