Uberlândia não reconhece Bolsonaro como cidadão honorário: Câmara, cancele o título!
O mínimo que exigimos é não homenagear esse presidente que, com sua política, tem provocado tantas mortes.
Uberlândia completa 133 anos em 31 de agosto de 2021. Uma cidade com 700 mil habitantes, que tem tudo para cuidar de sua população, mas tem também uma gestão a favor do vírus e da morte. No seu aniversário de 133 anos, infelizmente, não há o que comemorar. Há muito a lamentar e lutar.
A cidade não nega suas raízes excludentes e autoritárias. Não é à toa que o uberlandense mais celebrado é Rondon Pacheco, um dos homens do A1-5. Não é à toa que Odelmo foi eleito em 2020 no primeiro turno. Odelmo Leão foi deputado federal da bancada ruralista e líder do governo Fernando Henrique. Votou a favor do golpe contra a presidenta Dilma Rousseff e pela emenda do teto dos gastos, a PEC da desigualdade.
Quadro histórico da direita, Odelmo tinha fama de eficiência na gestão. A pandemia mostrou que até isso era fake. Diversas vezes, Uberlândia ganhou projeção nacional com os piores resultados no enfrentamento à pandemia do Covid-19. Uma cidade rica, com excelentes profissionais de saúde, não tomou as medidas necessárias para conter o vírus. Já enfrentou colapso do sistema de saúde, mortes por falta de vagas em UTIs, falta de transparência na vacinação. A cidade está atrasada na vacinação comparado a qualquer outro lugar do país. Uberlândia não cumpre a lei em relação à vacinação de adolescentes com deficiência, entre tantas outras políticas de descuido com quem mais precisa.
Renda básica para que a população pudesse ter condições de se manter em isolamento social? Não! Dinheiro para as empresas de ônibus continuarem lucrando? Sim! Com certeza! Respeito à comunidade escolar, planejamento coletivo? Não! Atendimento às demandas do CDL – Câmara de Dirigentes Lojistas? Sim!
Por pressão dos amigos empresários e do sindicato das escolas particulares está tudo “normal” na cidade. Aqui não tem pandemia. Só nos hospitais e nos cemitérios, é possível visualizar a dramática situação da cidade. Em poucos dias serão oficialmente 3 mil pessoas mortas pelo Covid-19. Nossos sentimentos às pessoas que perderem seus entes queridos/as para uma doença que já tem vacina e medidas para evitar a contaminação pelo vírus. Mortes evitáveis não são aceitáveis e as autoridades precisam ser responsabilizadas por isso.
E diante dessa realidade dramática, a Câmara Municipal de Uberlândia resolveu homenagear Bolsonaro. Primeiro com a maior honraria da cidade, a comenda Augusto César, depois chamou uma reunião extraordinária e aprovou (pasmem!) o título de cidadão honorário a Bolsonaro. Foram 14 votos favoráveis, 8 contra e algumas ausências. Entre elas, ausências vergonhosas que não se posicionarem. Ausência também de um vereador bolsonarista que estava internado com Covid – o mesmo que parece ter se negado a vacinar contra o Covid e tem um projeto para desobrigar os “cidadãos de bem” a usarem máscaras em espaços públicos na cidade. Pode isso?
E para fechar esse círculo de horrores, Bolsonaro vem a Uberlândia receber essas homenagens, inaugurar uma obra pública (que, aliás, foi obra do governo do PT) e fazer uma motociata. Sim. Aquele mesmo que disse que não é coveiro, “muitas mortes e daí?”, que estando em Uberlândia achou que era uma cidade de São Paulo, aquele que negou a Pfizer por mais de 100 vezes já que preferia a cloroquina, a Covaxin e a propina.
Uberlândia pede SOCORRO!
Por isso esse é um texto de protesto e de luta por justiça. O mínimo que exigimos é que a Câmara Municipal cancele o título a esse presidente que, com sua política, tem provocado tantas mortes.