Tóquio vê números de casos de Covid disparar durante o maior evento esportivo do mundo na cidade
Os novos casos de Covid têm atingido números recordes levando a a prefeitura de Tóquio decretar estado de emergência na cidade, pelo menos até dia 22 de agosto.
Por Matheus Victor
Marcada inicialmente para acontecer em 2020, as olimpíadas de Tóquio precisaram ser adiadas para 2021 (entre 23 de Julho a 8 de agosto), devido a pandemia da Covid-19 que atingiu todo o mundo. Com o avanço de pesquisas científicas e o desenvolvimento de vacinas e sua aplicação na população, a tendência era que o cenário mudasse e as coisas pudessem voltar minimamente ao normal neste ano.
Porém, entre o fim de julho e esse início de agosto, os casos no Japão aumentaram, sobretudo na capital japonesa, onde novos casos de infecção têm atingido números recordes. Devido a essa alta nos números, a prefeitura de Tóquio decretou estado de emergência na cidade, pelo menos até dia 22 de agosto. A variante Delta – que tem uma taxa de transmissão maior -, já se encontrava em circulação em Tóquio antes das delegações chegarem para a disputa dos jogos.
Casos na Vila Olímpica
Apesar de ter mais de 110 casos de infecções registrados entre as delegações que disputam as olimpíadas, a situação na Vila Olímpica é considerada estável, levando em consideração o número de pessoas alojadas no local.
Para André Ribas Freitas, consultor científico do HubCovid e médico epidemiologista da faculdade de São Leopoldo Mandic, “os cuidados (tomados) são para diminuir os riscos, zerar os riscos não existe”, e que “as Olimpíadas está longe de ser consideradas um desastre do ponto de vista sanitário”.
Além dos riscos de contaminação entre atletas e comissão, havia uma preocupação quanto a transmissão das pessoas instaladas na Vila Olímpica para o restante da população de Tóquio. Segundo André, essa probabilidade “é muito pequena, pois está tendo um extremo rigor no isolamento entre os que vão competir e a população local”.
A olimpíadas mais cara de todos os tempos
Estima-se que 57% da população japonesa se coloca contra o acontecimento dos jogos de verão. Mas mesmo com esse número, os organizadores do evento decidiram seguir em frente e realizar o torneio.
Uma das causas que podem ajudar a explicar essa tomada de decisão, é o déficit orçamentário ocasionado pelo adiamento, e que poderia ficar maior se ocorresse uma nova postergação.
Segundo estudo divulgado pela plataforma CupomValido.com.br, o Japão investiu em torno de 28 bilhões de dólares, mais que duas vezes a média gasta pelos outros países (12 bilhões de dólares).
A estimativa é que somente com o adiamento da competição, o Japão perdeu mais de 5,7 bilhões de dólares, devido a gastos adicionais com manutenção da estrutura, custo com cancelamentos e reorganização do evento.
Além de ter um custo maior na produção das olimpíadas, a receita do governo japonês caiu consideravelmente, já que a competição não pode contar com a presença de espectadores. Mais de 800 mil ingressos precisaram ser reembolsados com a solicitação de cancelamento dos compradores.
Texto produzido em cobertura colaborativa da NINJA Esporte Clube