Por Nathalia Faustino

Camas de papelão, medalhas feitas a partir de eletrônicos reciclados, construções temporárias e muito mais…

Os Jogos Olímpicos são considerados um dos maiores eventos esportivos do mundo e chegam a emitir mais CO2 para sua realização do que alguns países emitem durante um ano.

Para as Olimpíadas de Tóquio, a estimativa é de que o impacto ambiental seja de 2,73 milhões de toneladas de CO2, menor do que os Jogos Rio 2016 e Londres 2012 com 4,5 e 3,3 milhões de toneladas de CO2, respectivamente.

Com o objetivo de se tornar os Jogos Olímpicos mais sustentáveis já realizados, Tóquio 2020 investiu na reciclagem e na utilização da energia renovável como seus principais alicerces.

Dentre as inovações, as tão sonhadas medalhas e os pódios não podiam ficar de fora.

Para a confecção das medalhas, mais de 6 milhões de celulares e em torno de 80 mil toneladas de aparelhos eletrônicos foram arrecadados e os metais preciosos presentes nas placas de circuito reutilizados.

Ao todo, foram produzidas 5 mil medalhas com o material recolhido.

Já os pódios foram confeccionados em impressoras 3D, utilizando 45 toneladas de resíduos plásticos.

Essa é uma marca significativa, já que o Japão é o segundo maior gerador de detritos plásticos per capita do mundo, atrás apenas dos Estados Unidos.

Os Jogos de Tóquio 2020 também conseguiram juntar a história recente do Japão ao seu espírito de sustentabilidade.

Após o Tsunami de 2011, que destruiu cidades como Fukushima, os desabrigados precisaram se alojar em casas pré-fabricadas. O alumínio usado nessas casas foi reutilizado na confecção das tochas olímpicas, que tem seu formato inspirado na flor de cerejeira, símbolo do país.

Além disso, tanto as tochas, quanto a pira olímpica são alimentadas por hidrogênio, gás que não emite dióxido de carbono quando queimado.

Porém, uma das inovações que mais ficou famosa foi a cama de papelão reforçado da Vila Olímpica.

O jogador de vôlei, Douglas Souza, viralizou ao postar um vídeo em suas redes sociais testando a resistência de sua cama de papelão. Além dele, os atletas da equipe de skate também utilizaram suas camas como obstáculos para testar suas manobras.

Como se as inovações não fossem suficientes, Tóquio também promete não sofrer com “Elefantes Brancos”. Mais da metade das instalações já existiam e apenas receberam equipamentos que aumentassem a eficiência energética.

Além disso, as construções da Vila Olímpica são temporárias e serão desmontadas assim que os jogos acabarem.

Tóquio 2020 serão os Jogos mais sustentáveis já realizados, mas Paris 2024 promete bater esse recorde com a meta ambiciosa de emissão de 1,5 milhão de toneladas de carbono.

Assim como os atletas buscam bater seus recordes a cada Olímpiada, também esperamos que as próximas sedes busquem bater o recorde de sustentabilidade imposto por Tóquio 2020 e quem sabe levar as novas ideias para a vida cotidiana também.

Tocha Olímpica

Créditos Yuki Iwamura/AFP

Medalhas

Divulgação/COI

Pira Olímpica

Reprodução Twitter @naomiosaka/Veja SP

Texto elaborado em cobertura colaborativa da NINJA Esporte Clube