O fenômeno Aída: a única mulher na delegação brasileira da Olimpíada de Tóquio 1964
Atleta foi a primeira mulher brasileira a disputar uma final olímpica
Por Matheus Victor para cobertura colaborativa da NINJA Esporte Clube
Natural de Rio de janeiro, capital. Aída dos Santos nasceu em 01/03/1937. Aqui vamos contar um pouco sobre a história de Aída e suas participações nos jogos..
Desde o princípio, a caminhada de Aída não foi fácil, seu nascimento se deu de forma prematura, caçula, Aída ainda tinha mais 5 irmãos. Eles e seus pais, um pedreiro alcoólatra e uma lavadeira viviam no Morro do Arroz, comunidade localizada no centro de Niterói.
O talento da menina foi descoberto pelo Fluminense. Seu pai tinha certa resistência quanto a menina praticar o esporte. Quando venceu sua 1ª competição pelo clube, Aída apanhou e ainda ouviu dizer que “medalha não enche barriga”.
A vida dela era superação atrás de superação, mulher, preta, periférica e que praticava um esporte que no Brasil, ta longe de ser o mais popular. Depois de passar pelo Flu, Aída integrou o time do Vasco, muita das vezes faltava ao treino para usar o dinheiro da passagem com comida.
Depois de alguns anos ingressou na faculdade. Ai era correria total. Aulas de manhã, ir ao trabalho na parte da tarde e treinar no período da noite. Isso exemplifica a força de vontade comum do brasileiro, mas também escancara a desigualdade social que persiste em existir no País.
Diante disso, Aída formou-se em Geografia, Educação Física e Pedagogia.
Em 1964, aos 27 anos, a carioca representou o Brasil no salto em altura, nas olimpíadas de Tóquio. Nesta ocasião a brasileira ficou em 4° lugar, além de ser a única mulher na delegação brasileira, a atleta foi a 1ª mulher brasileira a disputar uma final olímpica.
O feito se torna ainda maior por não ter tido o mínimo de estrutura necessária à sua disposição. Viajou sem técnico e até mesmo sem material para competir. Inclusive na abertura da competição, teve que usar uma roupa adaptada de outro esporte durante a cerimônia.
O feito histórico obtido por Aída, lhe garantiu ter o melhor resultado conquistado por uma mulher brasileira até 1996, quando ocorreu as Olimpíadas de Atlanta.
Já em 1968, Aída disputou sua 2ª Olimpíadas, dessa vez representou o Brasil em outra modalidade, mostrando ser uma atleta versátil. Na ocasião, ficou em 20º no pentatlo.
Hoje, Aída tem um lindo projeto social. Trata-se do Instituto Aída dos Santos, que visa promover inclusão social através do atletismo e do volêi.