Por Mariana Walsh para cobertura colaborativa da NINJA Esporte Clube

Quando falamos em saúde mental, o assunto ainda parece ser um tabu para muitos. Alguns acham que a pessoa ficou “doida”, outros que é “mimimi”, mas quem recebe um diagnóstico sabe que não é bem assim. O preconceito existe, apesar de caminharmos para uma melhora nesse sentido. Por isso, a postura de Simone Biles hoje, e também de Liz Cambage e Naomi Osaka, de exporem a batalha que enfrentam contra ansiedade e depressão, é de extrema importância.

Simone, maior estrela da ginástica, desistiu de competir na final por equipes por não estar bem mentalmente. Liz, jogadora da WNBA e da seleção australiana de basquete, abriu mão da disputa dos Jogos de Tóquio alegando preocupações com a sua saúde mental. Naomi, tenista japonesa de grande destaque no cenário mundial, abandonou o torneio de Roland Garros, após a organização não apoiá-la na sua decisão de não participar das coletivas de imprensa porque aquilo lhe causava crises de ansiedade.

Elas, como figuras públicas e atletas de alto rendimento, que têm suas imagens associadas a força e determinação, foram corajosas em revelar suas batalhas. Competir é estar sempre sob pressão, buscando superar recordes e vencer. Simone já havia sinalizado que isso a incomodava quando, na sua estreia nos Jogos, disse sentir que carregava o peso do mundo nos ombros. Carregar o peso de sempre ter que ser o melhor é exaustivo, porque mesmo sendo forte, é preciso entender que também há espaço para a vulnerabilidade.

Aceitar e passar a cuidar da sua saúde mental, se priorizando, nem sempre é um processo fácil. É preciso entender que não erramos, não deixamos de conseguir e não falhamos. Tudo isso faz parte da vida. E pensar em alguém com perfeição é desumanizar-lá, pois é esquecer que viver é sentir, errar, cair e levantar. E sempre tentar continuar. Afinal, a vida tem seus obstáculos pela frente, mas também é deliciosa de se viver.

 

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Simone, Liz e Naomi foram corajosas, não tiveram vergonha, e jogaram luz sobre um assunto que merece destaque. Com certeza, essa atitude inspirou muitas pessoas a fazerem o mesmo, a verem força e coragem em seus momentos de fraqueza. E a normalizarem qualquer batalha que enfrentam em relação à saúde mental. Mais do que qualquer medalha ou título, inspirar é o maior legado que elas podem deixar.

Obrigada Simone, Liz e Naomi, por inspirarem e me fazerem perceber que mesmo com as minhas fraquezas, eu sou forte e corajosa por seguir enfrentando a vida com seus obstáculos. Por me fazer entender que podemos ser fortes e vulneráveis, tudo ao mesmo tempo. E viva todas as mulheres que são corajosas o suficiente para seguir batalhando em um mundo tão desigual. Viva eu, você, Simone, Liz e Naomi. E viva o esporte, que mais uma vez é instrumento de inspiração.