Carta Aberta a Rayssa Leal
Por Kariny Delahaye para a cobertura colaborativa da NINJA Esporte Clube
Por Kariny Delahaye para a cobertura colaborativa da NINJA Esporte Clube
A sensação que eu tenho é que eu estou ficando cada vez mais chorona com o tempo. E olha que meu sol nem está perto de câncer. Mas como não se emocionar com você, fadinha? Como não se apaixonar e se envolver por essa energia que você transmite nas pistas de skate?
Esse sorriso que você trouxe lá de Imperatriz do Maranhão representou e trouxe alegria para tanta gente que você nem imagina. Do alto dos seus 13 anos e 35 quilos, você foi a pequena gigante mais espetacular que a gente teve o prazer de assistir em um jogos olímpicos. O Brasil inteiro se rendeu a você, Rayssa. O Brasil inteiro ficou maluco, ficou enrayssado.
Logo a gente que não entende nada de skate, que mal entende porque vocês competem com AirPods e mal sabe dar um especial do Tony Hawk no vídeo game. Mas o esporte é isso. O esporte é mágico. Te fisga. Contagia. O esporte salva.
Em tempos de polarização, você foi a esperança e a união do seu povo. Quando você entrava naquela pista de skate, o coração chegava a errar a batida de tanta ansiedade em te ver brilhando. E toda vez que você acertava as manobras, com toda essa sua elegância de veterana, a gente vibrava juntinho com você.
Teve show de crooked, backside smith, boardslide backside, frontside feeble, flip com blackslide. Eu continuo sem entender nada sobre esses truques, mas estou aqui para te enaltecer até o final deste texto.
Eu espero que você cresça sabendo da história que você fez e da grandeza que você é. Não conheço um brasileiro que não estava vidrado na TV e até fazendo mandinga por você durante essas Olimpíadas. E se teve algum audacioso, eu nem quero conhecer.
Você não trouxe só a medalha de prata para gente, Rayssa. Você nos trouxe esperança, você nos trouxe a mensagem de que meninas podem sim andar de skate, mas mais do que isso, você nos devolveu o orgulho de dizer que somos brasileiros. Você, Rayssa, é o nosso conto de fadas preferido. E sim! Eu acredito em fadas.