Violência, morte e repressão. A Colômbia vive dias de tensão com o levante popular saindo às ruas em manifestações por medidas sociais urgentes no país e contra reformas que atingem os mais vulneráveis. Já são 19 mortos, mais de 800 feridos e muitos desaparecidos desde 28 de abril, quando começou a última jornada de atos colombianos. A Mídia NINJA juntou-se ao Emergentes, iniciativa latino-americana de comunicadores independentes, para trazer informações diretas de jornalistas e ativistas que estão na Colômbia, na linha de frentes dos atos. O Plantão Colômbia foi realizado nesta quarta-feira e pode ser visto na íntegra no IGTV da Mídia NINJA.

Com mediação de Raíssa Galvão, da Mídia NINJA e Majo Giovo, do Emergentes, o programa recebeu o indígena David Hernandez, jornalista da CLACPI (Coordinadora Latinoamericana de Cine y Comunicación de los Pueblos Indígenas), Jorge Herrera, da Coordenação Nacional Agrária e Congresso de los Pueblos e Kathleen Riascos, historiadora e integrante do coletivo Resistência Antirracista.

“Em todas as ruas de Colômbia, os atos começaram por conta de uma reforma tributária que golpeou a classe média e trabalhadora. Mas na realidade há uma reforma social e política contra os mais pobres muito forte, sob uma intensa criminalização dos movimentos sociais nos últimos 5 anos. Em 2019 já houve fortes protestos sociais na Colômbia”, disse Majo Giovo, integrante do Emergentes durante o Plantão. “Precisamos falar de Ivan Duque (presidente do país) e quem são os responsáveis pelo que está acontecendo na Colômbia”.

“Esse contato que fazemos com a mídia independente é muito importante pois há cercos midiáticos muito fortes na Colômbia. Então as informações que chegam de minuto a minuto são valiosas”, complementou Majo.

Bacurau colombiana: “eles querem nos tirar do mapa”

Com uma forte mobilização de trabalhadores do campo e indígenas, que sofrem com maior intensidade com a criminalização e as repressões, David Hernandez pôde trazer uma perspectiva a partir dos povos originários desde o dia em que os atos tomaram as ruas da Colômbia. “Não é mais só por causa da reforma fiscal e tributária. É pela falta de implementação do acordo de Paz, pelo assassinatos de líderes sociais, pelo glifosato no nosso campo e a reforma da saúde pública no pais”, disse.

David compartilhou o grave problema com a exclusão de povos originários, por meio da suspensão de mandatários regionais, restrição de manifestações e tomada do controle da rádio e TV nacionais. “Nós que amamos Bacurau, saibamos que eles podem intervir para nos tirar do mapa”, alertou.

“O que precisamos ter em conta é que nossa gente está cansada de ter gente no poder que esteja desconectada com o povo”

Confira abaixo o diálogo na íntegra com mais informações:

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